segunda-feira, 26 de julho de 2010

Um lugar bom de morar!


Sou uma observadora de corpos..adoro ver as pessoas em movimento. Adoro as expressões corporais. Simplesmente amo observar os corpos se moverem nos esportes, nas danças, mas também na vida, nas ações rotineiras da vida. Adoro descobrir as imensas e incomensuráveis possibilidades que o nosso corpo tem de se mover e de se expressar.

Sou corporalmente expressiva. Sempre falo usando os braços, as expressões faciais, quando não, todo o corpo! Minha professora de inglês aqui nos EUA, evita me olhar quando eu não sei uma palavra, porque na dificuldade de expressão verbal, eu escapo do desafio linguístico usando o meu corpo. Digo que falo a linguagem universal da mímica e por isso, nunca tenho medo de viajar para lugares em que não conheço o idioma. Sei que me farei ser compreendida sem muita dificuldade.

Adoro ler corpos..adoro tentar entender o que eles estão falando...o que o corpo revela das pessoas, que nem elas mesmas as vezes estão conscientes. O corpo fala o que a nossa boca ou a nossa consciência nem sempre conseguem falar. Adoro ver os corpos sexualizados, cheios de energia, vitalizados e tenho muita dó de ver corpos esquecidos, desqualificados ou negados!

Sou professora de yoga...acho que todos sabem disso. O yoga entrou na minha vida quando eu tinha 16 anos..lá se vão quase 31 anos de prática. O yoga sempre foi a minha forma mais eficiente de meditar e de me conectar com o sagrado, com a divindade. O movimento corporal consciente sempre me ajudou a organizar idéias, a ter insights, a compreender melhor o que eu estava sentindo...

Como psicóloga gosto também da linguagem do corpo. Sou Analista Bioenergética. O corpo além de falar, oferece acessos rápidos a sentimentos e  lembranças. Gosto muito de incluir o corpo e a sua expressão no meu trabalho psicoterapêutico.

De uns anos pra cá, tenho me dedicado a observar corpos femininos, pois meu interesse profissional específico é a Sexualidade Feminina. Meu livro é sobre esse tema, e tenho alguns projetos profissionais dentro dessa temática.

O nosso corpo nos oferece uma possibilidade incrível de acessarmos a nossa existência interna, assim como pode nos manter no mundo exterior como numa prisão, porque ele nos oferece a chance de através das nossas sensações conhecermos um pouco mais de nós mesmos, mas também pode nos manter presos a aparência dele. Como uma via de duas mãos, o nosso corpo nos leva para dentro e para fora de nós mesmos.

Quando falo em beleza corporal nunca tenho como padrão as nossas indefectíveis modelos e manequins. As vejo como manequins (algo que serve para pendurar roupas) e não como mulheres. Sem querer desqualificá-las como trabalhadoras, porque penso que deve ser duro ser uma modelo ou manequim, mas elas não podem ser vistas como modelo de corpo saudável e feliz!! Elas para mim são padrão de doença e desvitalização. Elas (ou a grande maioria delas) não me parecem em paz com seus corpos...elas não ao menos parecem mulheres adultas...parecem algo como uma menina com medo de ser mulher. Muitas tem ombros caídos para frente, numa atitude de cansaço ou desânimo..e acho que nem sabem mais qual a sensação de morar no corpo delas...o corpo me parece um campo de atuação.

Bom...tenho conversado muito com mulheres que estão o tempo todo preocupadas com seus corpos ou melhor, com a aparência deles, e tenho dito a cada uma delas aquilo que realmente acredito. Digo para que elas busquem gostar verdadeiramente de morar nos seus corpos, pois se existe alguma forma deles transmitirem beleza e luz, independente do tempo e da idade, é sentindo-os como um lugar seguro e prazeroso de morar!

Ludmila Rohr




15 comentários:

  1. Coisa mais linda e verdadeira Lu... Nosso corpo precisa ser o melhor lugar de se viver. Caso contrario, nao faz muito sentido. Beijo

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  2. Ai... nem aguento de tanta ansiedade de ler seu livro! O que é, afinal, essa tal de sexualidade feminina? Quero entender isso em mim... saber que tenho, também, esse poder! Eu sempre amei muito a dança, e pela falta dessa empressão fui experimentar o yoga, alimentar meu corpo com ele. E até agora, estou muito bem! Feliz da vida!

    Beijos!

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  3. Muito boa essa percepção do corpo como um campo de atuação X corpo como um lugar seguro e prazeroso de se morar. Muito lúcida. Beijos, Lud.
    ANA LIÉSE.

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  4. Ai, Lud que linda visão do corpo e do sagrado....

    Tambem gosto de morar no meu... apesar da bunda caídinha e da tentativa de reanima-la
    rsrsssrr
    rsrsrsr

    beijosssssssssssssssssss

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  5. Oh!!! Como amo essas mulheres!!!!!

    Como vcs me fazem rir..chorar e sentir orgulho de ser mulher!!!!


    Beijo enorme em todas!!!

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  6. Também me expresso por demais com braço,cabeça e afins.
    Ludmila estoou precisando de uma ajudinha de for possível, sei que está longe mas...
    Quero fazer Yoga aqui em São Paulo, mas necessito que sela em casa. Acha possível? Sabe alguém que posso procurar.
    Obrigada
    Abraços apertados

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  7. Rô,

    Procure em SP, Anderson Allegro, ele certamente não te dará aulas em casa, mas é um professor extremamente experiente e amoroso. Saberá te encaminhar um bom professor.
    Ele tem escola aí perto da Paulista, esqueci o nome, mas vc o acha pela net.

    Diga que foi Ludmila Rohr da Bahia que o indicou.

    Beijos.

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  8. Eu sinto que meu corpo é que nem o meu sítio. Tá precisando de muita reforma ainda, mas adoro morar lá. Meu sítio precisa de uma porta de madeira grande, de dependência de empregados correta, etc. Como meu corpo precisa perder uns alliens que crescem na minha cintura, de uma pele sem manchas, etc. Mas não me vejo morando em outro lugar. Sou amada no sítio e no meu corpo. Mas continuo tentando melhorá-los, mesmo sabendo que se eles não mudarem, é muito bom morar onde estou! Lali

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  9. Olá,

    Gostei muito do Texto.
    Gostei tambem do Rosinha no fundo, filcou melhor para ler as letrinhas pequenas.
    Rita Portela

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  10. O mais interessante de tudo, é perceber que, à primeira vista, temos um texto "enorme". Daí, começamos a ler e, alguns minutos depois, pensamos... "já acabou?" - Adoro escritores que nos fazem lamentar o ponto final...

    Muito interessante.

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  11. Nossa Marcos!
    Duplo elogio..texto bom e me chamar de escritora...
    obrigado!

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  12. Lud,

    Perfeito!!!

    Bjs.

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  13. Ludmila,

    Lindo texto, saúda nossa Afrodite dentro de um parametro da verdadeira beleza.
    Obrigada, me estimula a gostar de mim!

    Abraços saudosos
    Nilza

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  14. Lendo esse texto me transportei para um daqueles encontros de mulheres la no Mahatma. Sinto muito falta de um espaço como aquele aqui em Fortaleza. Até visitei alguns mas, a energia "não bateu".

    Já te disse aqui uma vez que a sua passagem pela minha vida seja como terapeuta, professora de Yoga, papos na recepção do Mahatma...fazem diferença até hoje na minha vida.
    Continuo procurando minha Afrodite qualquer hora ela emerge das profundezas do meu ser.

    Muita Luz!!!!

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