sábado, 30 de agosto de 2014

ARÁBIA SAUDITA: Primeira Impressão


Estou morando na Arábia Saudita, desde maio de 2014. Não lembro de ter sonhado com isso, a não ser que o tenha feito em outra encarnação e não guardo lembrança. Acho que ninguém teria um sonho como esse, mas devo assumir que não deixa de ser interessante poder "conhecer" um pouco dessa cultura. Coloco entre aspas, porque após 4 mêses aqui, sinto que não conheço muita coisa, e tenho a sensação de que isso vai mudar pouco nos quatro anos que passarei aqui. Acho que Inclusive, esse é o motivo de ter demorado tanto para escrever sobre minha experiência nesse país. Sinto que ainda não tenho muito pra contar. A nossa interação com os árabes e sua cultura, é muito pouca, não os conhecemos, e moramos em "compounds", que são condomínios fechados, construídos para estrangeiros.


primeiro choque é o estético. Para onde voce olhar, verá areia. É verdade que estamos num deserto. Areia para todo lado, e as construções são em tons de bege, não destoam da areia ... tudo fica visualmente monótono. 


As praias são lindas, mas ainda não vi banhistas!



O segundo choque são as mulheres cobertas de preto. Elas usam preto sobre todo o corpo. Muitas inclusive, cobrem o rosto com véus e nem seus olhos podemos ver. Outras tantas usam luvas pretas, e dessa forma tem 100% do corpo coberto (de preto). 

Entrar pela primeira vez em uma loja que vende Abayas (nome da roupa preta) foi assustador, não conseguia ver nenhuma diferença entre as centenas de roupas pretas dispostas em araras, como em uma loja comum. Depois de algum tempo, é possível distinguir abayas bonitas das abayas feias. 

 Existem lojas baratas e bregas, e lojas caras e chiques, como em qualquer outro país e suas modas, as abayas não ficam fora dos modelos de consumo. É possível comprar abayas com 80 SAR (dinheiro local) , assim como  aquelas que custam muito caro e visivelmente são de excelente qualidade. Ou seja, o mundo das abayas também sofre com o alto custo das marcas chiques. Nos mercados, é possível achar sabões específicos para lavar as abayas.

Entendi que a irritação que a visão dessas mulheres de preto me causa, vem da despersonalização a qual elas parecem ser submetidas. Elas ficam iguais, escondidas pelo manto preto. Parecem sombras de algo que elas não podem ser. A roupa preta, na minha ignorante percepção, é uma prisão a qual elas estão acostumadas, e mesmo naquelas em que os olhos estão livres, percebo que elas não olham livremente, quase nunca nos encaram, e constantemente olham para baixo.



Resolvi bordar uma para mim, e personalizar o meu visual. 

Essa foi uma forma simples de "desobediencia". Transgrido colocando no preto básico muitas cores, e faço com aquilo que jamais pensei em achar bonito, aos meus olhos, parecer lindo demais. 






Devo confessar que existe um lado prático em usar essas roupas pretas, nunca precisamos pensar na roupa que usaremos para sair. As únicas preoucpações são sapatos, bolsa, maquiagem e assessórios. É uma diversão comprar brincos e colares grandes e cheios de brilho, para compensar o rotineiro preto básico.











O terceiro choque: A temperatura!  No meu primeiro mês aqui, peguei dias que fizeram 49C!! Nem imaginava que fosse possível sobreviver nessas temperaturas. Semanas e semanas com temperatura que oscilavam em 45 e 49C. Entretanto, como a umidade do ar é muito baixa, apesar do calor, não suamos. Essa é uma experiência inédita para meu corpo, sentir muito calor a ponto de pensar estar sendo cozida, e não suar absolutamente nada.

Agora, que o verão começa a se despedir, o tempo começa a refrescar e estamos nos deliciando com o frescor dos 40C.







quarta-feira, 20 de agosto de 2014

CONSULTÓRIO DE PSICOLOGIA ON-LINE


Todos que me acompanham por este blog, ou que me conhecem por terem sido meus clientes ou alunos no Espaço Mahatma Gandhi, sabem que sou psicóloga, e sabem também que tenho morado há quase 5 anos fora do Brasil, por conta do trabalho do meu marido.  

Sempre que volto pra casa em Salvador, reabro meu consultório e volto a atender clientes antigos, assim como abro espaço para clientes novos que precisam de algum tipo de terapia breve, ou focal. Também realizo Círculo das Deusas, e ministros palestras sobre algum tema relativo ao crescimento pessoal. Dessa forma tenho conseguido manter relativamente perto de mim, e vivo, o meu trabalho. 

Há algum tempo, por conta de necessidades de alguns clientes, comecei a atender pelo skype. Não foi um movimento planejado ou pensado para acontecer, foi algo que, primeiro aconteceu e depois foi organizado. 

Tive que atender um cliente, vi que funcionava, pensei que esse poderia ser um veículo interessante não só para os meus clientes no Brasil, quando eu estou fora, mas também para pessoas que moram fora do Brasil e que gostariam de fazer terapia com um psiócologo brasileiro. Conversei com algumas pessoas que já trabalham dessa forma, e todos garantiram que o trabalho não perde em qualidade, e que esse será um veículo cada vez mais usado para esse fim, e assim comecei a pensar e organizar essa idéia. 

Não acho que o atendimento virtual substitui completamente o contato pessoal. Sinto falta de oferecer  um abraço, um aperto de mão ou um acolhimento corporal quando é necessário, ou mesmo de realizar algum exercício da bioenergética ( sou formada em Análise Bionergética, que utiliza o corpo como veículo de expressão das emoções), mas tenho percebido que a cada atendimento, a construção do vínculo terapeta-cliente vai se fortalecendo, e o olhar não fica mais no vazio, ou na tela do computador, e sim no olhar do outro. A conexão por via virtual é possível. 

Bom, aproveito esse post para anunciar que estou trabalhando desse jeito. Meu consultório on-line já está funcionando e que o primeiro contato deve ser feito por email ( rohr_ludmila@hotmail.com ) , quando trocaremos informações básicas e marcaremos o primeiro contato por skype. Ficarei grata pela divulgação. 

Ludmila Rohr