domingo, 26 de dezembro de 2010

Feliz Ano Novo de VERDADE! *

 Nessa época do ano, são comuns as reflexões sobre o que fazer no ano que inicia, sobre as pendências, o que deixamos de fazer e o que gostaríamos para o ano novo. Em todas as revistas, jornais escritos e falados, esse será um tema de pauta. Sentimos que com a simples mudança do ano, as nossas forças se renovassem e que pudéssemos cumprir promessas e metas que não conseguimos durante o ano que está findando. É comum as pessoas buscarem ajudas nas previsões astrológicas, numerológicas ou com videntes....e é mais comum ainda, nesse período, novas promessas e metas serem feitas (ou refeitas).

De fato quando um ciclo se fecha, a possibilidade de abrirmos o ciclo que se inicia com energias renovadas existe. Podemos fazer rituais de passagem, entregando o Ano Velho, e recebendo o Ano Novo, que normalmente são rituais simples, lindos, motivadores, que trazem ânimo e renovam a esperança e a autoconfiança. Quem não os faz nas tradicionais festas de Reveillon, ou mesmo em suas igrejas, ou até mesmo sozinho? Entretanto, sem querer estragar a festa, é preciso que além do Ano Novo que está chegando, que uma pessoa nova, chegue também. Caso contrário, apenas o ano mudará, mas a pessoa continuará a mesma, e sendo a pessoa a mesma, os padrões de comportamento, os hábitos, a forma de se relacionar com a vida e com as pessoas será a mesma...então nada muda?..temo que não, ou no máximo, algumas coisas mudam por uns dias apenas..os dias que a energia de euforia e animação de Reveillon conseguir sustentar.

Então, se você realmente quer um ano novo, que dure mais que a primeira semana de janeiro, é preciso então olhar-se no espelho com muita honestidade e buscar dentro de si mesma as mudanças que quer para a sua vida. Isso é possível! Acredite, só você pode mudar alguma coisa na sua vida e para isso, as mudanças precisam vir de dentro. As mudanças externas como, um carro, o iPhone novo, corte de cabelo, uma nova cor no cabelo, são mudanças que oferecem uma energia fugaz que alimentam por algum tempo (pouco) para que você possa encarar as reais mudanças que precisa fazer dentro de si. Por que só essas são perenes, só as mudanças internas são de fato reais, e têm o poder de transformar sua vida.

O que fazer então nesse fim de ano e começo de um novo ano? Quero ajudar o leitor desse artigo a refletir sobre como realizar mudanças consistentes nas suas vidas e que correspondam aos seus reais desejos de mudança. Infelizmente não existe um manual para isso, mas existem reflexões possíveis e simples que podem promover uma motivação verdadeira para que as mudanças ocorram. Mas darei aqui algumas dicas que certamente te ajudarão a ter um Ano realmente Novo!

Pra começar, que tal se dar de presente uma autoavaliação amorosa? Experimente aceitar esse convite que estou lhe fazendo de buscar em si mesmo as energias, e os porquês para as mudanças, e os motivos para isso. Quanto aos motivos, cabe uma explicação um pouco mais elaborada. Os motivos legítimos para uma mudança devem ser seus. Não funciona mudar para agradar o outro, ou por que o outro quer isso. Muitas vezes as pessoas vão mudando tanto para agradar ao filho, marido, pai e mãe...que se transformam em algo que nem elas mesmas se reconhecem. Então, só repassando: A motivação perfeita para uma mudança tem que ser VOCE, por você e para você! Estamos entendidos?

Já que a motivação correta está clara, que tal começar por rever comportamentos velhos que você já conhece e que nunca te levaram a lugar algum? Que tal se colocar diante do espelho que citei antes, de forma honesta e tentar além de se olhar, se VER! Que tal abrir o coração de forma corajosa e esvaziá-lo das mágoas, das invejas, dos medos de mudanças verdadeiras? Que tal livrar-se do que já não serve mais para você, mas que ainda as mantém por puro apego e comodismo? Que tal se perguntar de forma corajosa, qual o seu desejo, e em seguida se perguntar o que tem feito em prol dele? Que tal abrir os olhos para o que a vida tem de real, e se disponibilizar para as desilusões?

Como assim se disponibilizar para as desilusões? Calma, quando falo em desilusão, não estou te desejando um ano de infelicidades, muito pelo contrário. Desejar um ano novo repleto de desilusões é o mesmo que desejar ter uma vida de verdade! É o mesmo que desejar uma vida livre das ilusões que nos mantém tão longe da felicidade e dos prazeres verdadeiros. A vida cheia de ilusões é uma vida de “mentirinha”, ou uma vida de “faz-de-conta”. A pessoa faz-de-conta que é feliz, faz-de-conta que está realizada, faz-de-conta que se sente amada e respeitada e assim por diante.

A vida de mentirinha é uma vida que qualquer vento pode desfazer e por isso mesmo, ela é cansativa. Manter as ilusões dá muito trabalho. É preciso um esforço permanente para cuidar que a ilusões não se desmanchem, e o custo disso é altíssimo. Pagamos a manutenção das ilusões, com a nossa espontaneidade, com a nossa naturalidade, abrimos mão de prazeres verdadeiros e possibilidades concretas de sermos felizes e nos transformamos em algo tão distante da nossa natureza, só para que as ilusões e farsas não se desmanchem. Será que vale a pena? Responda sinceramente, tem valido a pena?

Uma vida de Verdade, ao contrario da vida de ilusões, também tem dores e prazeres de verdade, mas nos oferece um chão seguro para caminharmos, nos oferece consistência. No chão seguro da realidade, podemos operar as mudanças que queremos na nossa vida, sentiremos nossos pés pisando em terreno firme, e teremos condição de caminhar com passos seguros, ao contrario das areis movediças da ilusão. Dessa forma podemos desenvolver mais autoconfiança, que é um sentimento interno que fala nos nossos Ouvidos, a partir do nosso coração, e diz: “Você pode! Acredite em você!”.

Depois das desilusões quero te desejar também uma vida que não seja “bege”!
Vamos lá, vamos entender o que é uma vida bege, ou o que é uma pessoa bege, ou que se transformou em alguém bege.
Eu chamo ter uma vida bege, aquelas pessoas que não fazem a menor diferença, elas não contribuem em muita coisa, elas são bege, ou seja, qualquer cor combina com ela, ela se adéqua a qualquer ambiente, como se não tivesse personalidade ou desejos próprios. O bege não tem desejos, quem determina é o vermelho, ou o verde, ou o preto. O bege está ali para compor. Ninguém vai sentir falta, por que ele também não se posiciona.

Não seja bege! No nosso coração, na nossa alma cabem todas as nuances das cores. Temos vários momentos diferentes e com muita variação de cor. Os nossos sentimentos e desejos determinam isso. Podemos vibrar intensamente nossa alma a ponto dela ganhar vibração e cor! Podemos sair dos tons pastel, numa boa, podemos até ter emoções com cores que não combinem muito...mas não devemos passar pela vida sendo bege!! Merecemos uma vida como uma grande tela que comporte nossas emoções, que caibam os nossos pensamentos e opiniões, merecemos uma vida em que a nossa expressão tenha um significado e uma importância. Não seja bege!

A nossa alma pode descongelar, ou sair da anestesia e vibrar! Deixar a vida de verdade entrar nela! Não dá pra viver a vida colocando os sentimentos debaixo do tapete. Voce pode chorar, rir, gozar, amar, ter medo e arriscar. Entretanto, quando abrimos a alma para os sentimentos e para os desejos, nos damos conta de que nem tudo são flores, que existem as frustrações, existem as decepções, existem as dores próprias da vida. Se você está esperando uma vida só de prazeres, comece a rever isso, pois quando abrimos ou descongelamos nossos corações, estaremos nos abrindo para SENTIR, sentir tudo que é pra ser sentido. Sentir as dores e os prazeres de ser quem você é! Isso é estar inteiro e consciente de si mesmo e conectado com os sentimentos.

A terceira e última coisa que quero desejar pra você nesse ano que começa é: RESPIRE! Isso mesmo que você está lendo: Respire! Ao inspirar abra a o peito e deixe o ar entrar com vontade! Ao Expirar deixe o ar velho sair. Faça isso, conscientemente várias vezes ao dia! A sua respiração não vai parar se você não fizer isso. Seu corpo vai continuar respirando. Eu estou falando de respirar porque quer e não apenas porque precisa! Respire profundamente querendo respirar, e descubra o imenso prazer que existe nisso!

As pessoas se assustam quando eu recomendo que respirem. Muitos clientes no consultório se espantam quando eu interrompo uma fala que está automatizada e digo: respire! Respire, e fale isso outra vez! Respire e SINTA isso! Elas reagem: “mas eu estou respirando!”, eu digo: “não, você não está. Seu corpo está respirando, mas você não está”.  Respirar possibilita o sentir!

A respiração é o melhor, e mais eficiente instrumento que temos (e de graça) para nos colocar no único tempo que existe: o presente. Quando respiramos conscientemente, nossa mente que vagueia entre o passado (depressão, melancolia) e o futuro (ansiedades), volta imediatamente para o presente. Respirar querendo respirar traz paz e quietude, nos coloca no tempo em que isso é possível, o AGORA!

O que de melhor posso desejar para as pessoas é que as desilusões se desfaçam, que as cores voltem a brilhar na sua alma, que a vida de verdade apareça, e que cada um deles possa contar com os amigos de verdade, mas que acima de tudo cada um deles possa contar com sua energia interna, com o Deus que habita seu coração, com a força que pulsa nas suas vísceras, com sua mente lúcida, determinada e assertiva...e que RESPIREM! Respirem com o peito aberto para o Ano Novo que está chegando!

Feliz Ano Novo de Verdade!
Ludmila Rohr
* Esse texto foi publicado na edição de dezembro da Revista do Yacht Club da Bahia

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Bodas de Prata

 Hoje completo 25 anos de casada com meu amor de verdade.
Sempre achei que celebrar Bodas de Prata fosse coisa de gente velha, mas cá estamos nós, jovens, inteiros e completando 25 anos de relação.


Desde menina sonhava com meu amor...ele era assim, como é hoje.
Sonhava com aquele que estaria ao meu lado a vida toda.
Sonhava com aquele que seria pai dos meus 6 (!?) filhos... (coisa de menina)
Não tinha muitas ansiedades pra namorados..pois eu sabia que o meu amor estava em algum lugar e que era certo que eu o encontraria.
Era um amor de outras vidas...com muitas histórias...
Encontrei Judson no dia e no lugar que eu achava que o encontraria.
Quando o vi passar diante de mim, disse: Vou casar com esse cara.
Namoramos...muita paixão...muito tesão...muito amor...
Não conseguia ficar longe dele...nem ele de mim..
Estávamos apaixonados..
Casamos em dois anos..eu ainda estudava..ele no primeiro emprego..ganhava mal..
mas o amor tinha pressa..
Moramos num pequeno apartamento..lá nasceu Caio...nosso bebezão lindo...
Como foi desejado..como foi amado...
Éramos tão jovens....mas estávamos tão felizes..
Todas as dificuldades que passamos, nem consigo lembrar, mas sei que existiram.
Chegou Lucas...o bebê mais lindo do mundo..enorme...tão querido..
Nossa família estava completa..
Vivemos tantas histórias nesses anos...
As histórias não são sempre lindas..são de dificuldade, de brigas, de desencontros, de dúvidas também..
mas...quando paro pra pensar...acho que em momento nenhum desses anos..tive alguma dúvida de que éramos um do outro..que nossa relação era para sempre..
Veio o câncer....veio a possibilidade da morte..e a dor...
atravessamos isso..choramos...lutamos juntos.. Amei muito mais ainda o meu amor...Vi nele um guerreiro convicto, calmo, pragmático..assertivo...
Veio a metástase...ele chorava comigo...chorávamos juntos...nossos filhos assistiam a isso!
Vencemos mais essa...
A mudança para os EUA...e estamos aqui...
Ele me apóia..ele sabe do que abri mão para estar aqui, mas fizemos essa escolha juntos..
Filhos separados...família ganhando um novo formato..filhos adultos...
Bom...25 anos de história daria um livro..quem sabe um dia o escreva..mas por hoje, quero apenas brindar!
Brindar ao meu amor..brindar ao meu casamento!
..e desejar que todos possam viver algo assim um dia!

Meu amor é um bom filho, é um bom genro, é um bom amigo, é um bom pai, é apaixonado pelo Flamengo (ninguém é perfeito!), adora ser engenheiro, é fiel, amigo, amante, companheiro...eu realmente amo meu amor!

Te amo Judson, te amo até quando voce fica horas vendo futebol na TV!
Obrigado pelos filhos lindos que voce me deu..obrigado pelo suporte incondicional que voce dá para que eu realize meus sonhos. Obrigado por sempre apostar em mim! Obrigado por sempre apostar em nós dois!

Ludmila Rohr

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Minha caverna não me mete medo....

 Sabem quando nos deparamos com a sensação de que não conhecemos as pessoas com que nos relacionamos....? É uma sensação estranha...
Sempre que isso acontece, sei que na verdade, estou ME estranhando, não estou me reconhecendo...é como se eu me deparasse comigo mesma e não me reconhecesse. 

Acredito que o outro pode me espelhar, pode falar de mim. Os meus olhos vêem o que é possível ver. Enxergam na qualidade do que é possível para mim, então o que vejo tem mais a ver comigo do que com o outro..ou com o lado de fora..

Tenho uma boa intuição...tenho antenas que são muito sensíveis..consigo perceber com alguma lucidez a dinâmica nas coisas...por que sempre me treinei pra ver os fatos em sequência...encadeados...e nunca isolados... Sempre treinei minha mente pra perceber dinâmicas relacionais...ou seja, como as pessoas funcionam nas relações e como que as relações provocam mudanças nesse funcionamento. 

Isso é bem da Psicologia Sistêmica...gosto desse olhar, pois posso perceber o que eu provoco nas pessoas, e vice-versa. Elas não são necessariamente o que estou vendo...mas elas são assim na relação comigo. Esse olhar me coloca em um lugar de mais responsabilidade, posso ver a minha parte na história. 

Bom...esse é um momento específico pra mim...muitas datas importantes estão fazendo aniversário. Faço 47 anos em alguns dias, completo 25 anos de casada também e completo 1 ano morando em Houston. Além, claro, do próprio final de ciclo quando um ano se encerra.

Muitos ciclos se fechando ao mesmo tempo, percebem? Idade, casamento, mudança pra Houston e o ano de 2010! 

Tenho uma necessidade impressionante de ficar dentro de mim. Sou aparentemente extrovertida, porque tenho uma imagem de autoconfiança e o mundo externo não me invade, sinto que eu entro muito mais no mundo externo do que ele em mim, então, sou extrovertida. Mas adoro ficar dentro de mim...adoro e preciso muito de muitas horas em silêncio e meditação... Abrir mão disso é impossível....preciso ficar quieta, ter meus momentos diários de silêncio e meditação, em que fecho os olhos pra fora e os abro para dentro. Olho pra mim...não para o que sou ou preciso ser nas relações, mas para aquilo que sou de verdade..aquilo que sou no íntimo...aquilo que realmente sou.

Gosto de me deparar com os sentimentos, pensamentos, sensações, sonhos, idéias que surgem a partir daí... Me sinto fortalecida e centrada.... me sinto no eixo e "grounded"...enraizada...Essa sensação de enraizamento é vital para uma capricorniana...preciso sentir meu chão firme, e não espero que ele seja firme externamente, como algo imóvel,  mas que eu tenha uma sensação interna de firmeza e segurança, que saberá lidar com as modulações e turbulências externas.

Gosto de meditar. Meditar é um hábito antigo...ficar em mim....ficar comigo...

Estou bem...mas a minha caverna interna tem me convidado insistentemente para que eu a visite mais e mais...
será isso uma espécie de "inferno astral" por causa do meu aniversário que se aproxima? Bom...se é isso...gosto disso. 

Definitivamente, minha caverna não me mete medo.


Ludmila Rohr

P.S. na foto com um Sadhu na Índia...Ele vive a vida tocando e meditando....





quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Mais uma vez agradecendo ao Universo feminino !

Nunca tomei conta diretamente de uma casa. Sempre fui uma administradora da minha casa, mas diretamente nunca fazia nada. Nunca cozinhei..nunca havia limpado, arrumado uma cozinha..uma geladeira...e por mais que pareça estranho pra muitas mulheres, nunca havia feito um arroz, um feijão na vida! 

Talvez vocês pensem que nasci rica...muito pelo contrário. Nasci em uma família simples. Minha mãe era professora e trabalhava em 3 empregos, os três turnos! Quase nunca estava em casa. Lembro dela chegando e saindo. Meu pai trabalhou a vida toda no Polo Petroquímico e era sindicalista, vivia em greves, movimentos sindicais...passava muito tempo fora de casa. 

Na minha casa tínhamos Candinha. Acho que nesses dois anos de blog não falei dela. Candinha era a mãe preta. Quando eu nasci, ela já estava lá. Quando eu casei....ela ainda estava lá. Ela era a sósia da minha mãe..só que preta. Ela criou a gente. Ela brigava com a gente...colocava todo mundo pra fora da cozinha o tempo todo. Minha irmã que vem depois de mim, a chamava de mãe, "mãe preta". Quando ela chamava "mãe" e nossa mãe respondia, ela dizia, "Não é voce não, é minha mãe preta!".

A "Mãe Preta" era um  personagem comum nas famílias nordestinas e nas regiões que tinham um passado em que a prática da escravidão havia sido forte. As "Mães Pretas" criavam, amamentavam, davam carinho aos filhos das brancas...e muitas vezes nem podia criar os seus próprios filhos.

Não quero aqui fazer uma crítica social, muito menos cultural...longe disso. Quero apenas render uma homenagem a Candinha. Ela foi e ainda é, muito importante para a minha família. Hoje com o olhar da Sociologia e da Psicologia Social, posso entender o que Candinha representava. Ela era pobre, preta e empregada. Morou com a gente a vida inteira. Candinha não nos deixava entrar na cozinha. Ela dizia: "Vá estudar, se voce estudar, voce paga alguém pra cozinhar pra voce!". Não era minha mãe branca quem dizia isso, era a mãe preta. Acho inclusive que minha mãe branca, tinha uma vida mais dura, que a de Candinha. Vivia trabalhando, como professora...vida dura e pessimamente remunerada, a diferença era de "status", mas nenhuma na dureza do trabalho.

Na verdade...penso que esses foram os meus dois modelos femininos na infância. As duas trabalhando muito. Cresci assim. Achando que preciso trabalhar muito e o tempo inteiro. Fiz isso. Passei a infância e adolescência dos meus filhos trabalhando o dia todo e até tarde da noite. Assim como eu tive Candinha, meus filhos tiveram as minhas queridas Deda e depois Nil, por quem terei gratidão eterna e que moram no meu coração! 

Quando vim morar nos EUA, passei por uma mudança radical. Trabalho em casa, escrevo, organizo meu livro, planejo sites e estudo o tempo inteiro. Tenho alguns grupos de Mulheres e de Respiração (que amo!!) mas nada comparado ao volume de trabalho que tinha no Brasil com o consultório e com a clínica. Resultado..tenho descoberto um novo prazer: Cuidar da minha casa..cozinhar...arrumá-la....receber pessoas...fazer almoço pra Lucas, atender as necessidades da minha família nesse nível. Sinto muita falta de Caio não morar aqui nesse meu momento, queria poder fazer uns denguinhos pra ele também. 

Acho que integrei  uma nova face do feminino em mim. Sem esquecer do meu trabalho, da minha paixão pela psicologia e pelo Yoga, mas podemos dedicar mais tempo a minha casa e a minha família, como nunca havia feito antes. Estou gostando disso, embora tenha me deparado com minha imensa ignorância e despreparo. Não sabia fazer nada. Entenda "nada" no sentido literal. Nunca havia ligado uma máquina de lavar roupas, embora sempre tivesse em minha casa. Nunca havia colocado as mãos sobre um pedaço de frango ou peixe cru. Podem rir, mas é verdade. 

...e aí que entra mais uma vez o meu sentimento de gratidão por todas as mulheres que apareceram na minha vida aqui nos EUA e que estão me ensinando sobre esse universo pra mim, desconhecido e assustador. Agradeço imensamente e principalmente a Fátima Pontes, Nanci Nascimento, Fátima Carvalho e Valéria Silveira. Mulheres poderosas que me ensinam sobre algo que parecia um terreno que jamais conseguiria atravessar.

Acho que no final de um ano posso dizer que sinto que fui aprovada nessa graduação.
Yes, I did it!!!

Meninas...quero dizer a voces: Muito Obrigado! Sou grata!
Sou grata a todas as mulheres que entram na minha vida e me ajudam a crescer!

Beijos

Ludmila Rohr