sábado, 29 de maio de 2010

All we need is love....

Ainda levarei algum tempo até conseguir falar sobre o que vivi em Salvador durante as últimas 3 semanas. Como voces sabem moro em Houston no Texas desde dezembro de 2009 e essa foi a primeira vez que vim ao Brasil depois dessa mudança. A primeira conclusão é que não ficarei mais tanto tempo assim sem vir aqui, sem estar no Espaço Mahatma Gandhi.

A intenção dessa viagem era trabalhar. Queria dar aulas de yoga e atender no consultório. Queria ver meus clientes e os alunos. Queria trabalhar. Fiz isso e falarei sobre isso em algum momento, mas agora quero contar uma experiência incrível que vivi aqui na minha relação com o trânsito de Salvador. Essa experiência pode ser simplesmente entendida como uma metáfora que explica a diferença da minha vida aqui e da minha vida lá nos EUA.

Logo que cheguei, quis dirigir, peguei o carro de minha mãe e saí do aeroporto dirigindo...além de estranhar as diferenças entre os carros..o meu lá é muito grande e sem marcha, sem embreagem...levei um tempo pra me adaptar...a loucura do trânsito me deixou completamente assustada. Cheguei a sentir medo..o trânsito era agressivo, as pessoas não respeitavam as regras básicas, os motoristas dirigiam como se estivessem numa guerra. 

Passei algum tempo falando mal, reclamando de tudo...mas principalmente da falta de respeito às regras básicas e às leis. Vi policiais quebrando regras...bom,...nada que eu já não tivesse visto antes, mas agora o choque era grande demais. Nada piorou no trânsito de Salvador nesses 5 mêses que moro fora, eu é que me acostumei a parar diante de uma placa de "Stop", a respeitar filas, a dar a vez para quem chegou antes de mim...coisas que tenho visto do educadíssimo trânsito de Houston.

Sei que não posso comparar uma coisa boa de um país com uma coisa ruim do outro. Não é justo. Não dá pra comparar um país com outro, muito menos uma cultura com outra. Cada lugar tem suas coisas boas e ruins. Entretanto no quesito trânsito estive durante essas 3 semanas muito assustada e com muita saudade de Houston. Até que algo aconteceu...

Parei no posto pra colocar água e gasolina no carro e o capô do carro não foi bem fechado, não percebi e descobri da melhor forma possível e que me ajudou a entender e amar ainda mais estar em Salvador. 

Depois que sai do posto, a cada 100 m que dirigia, alguém tocava a buzina e me apontava, tentando me dizer algo...confesso que os primeiros a buzinar e apontar pra mim, me assustaram, me senti ameaçada, mas depois entendi que eles tentavam me avisar algo...e foi assim que descobri que o capô do carro estava aberto. As pessoas continuavam a me avisar, eu agradecia e pensava: isso jamais aconteceria nos EUA. As pessoas lá jamais veriam e se vissem jamais me avisariam. Penso eu.

O baiano..o brasileiro...tem a mania de se meter na vida dos outros...isso pode ser um defeito, mas o excesso de respeito a privacidade e o individualismo gritante dos americanos, chega a parecer descaso para quem foi acostumada a ser vista e invadida como nós somos aqui no Brasil.

Não sei ao certo o porquê, mas esse dia me deixou tocada...e sentindo que, nós brasileiros temos algo de especial. Temos mais acesso um ao outro, somos mais chegados e íntimos...existe um calor humano aqui, que acho que nunca vi em lugar nenhum que tenha estado...e de verdade, esse calor alimenta a nossa alma com algo muito sagrado e especial.

Estou voltando pra Houston e com muita vontade de voltar, sinto saudades da minha vida lá...da minha família e das minhas amigas...e com isso reforço uma sensação que já me acompanha...no fundo, no fundo,  All we need is love!!! O resto a gente tira de letra!

Ludmila


terça-feira, 18 de maio de 2010

Dançando a música que tocar...

Sabem aquele tradição dos antigos índios norte-americanos que dizem que quando fazemos uma longa viagem, nosso corpo chega, mas nosso espírito demora um pouco mais?

Bom..cheguei em Salvador, depois de 5 meses morando no Texas. Cheguei no lugar que eu nasci, cheguei na minha casa...saí do aeroporto e fui ver meu gato, meu cachorro e Nil...e me dei conta que meu espírito havia chegado junto com meu corpo. 

Chorei...chorei....eu estava ali inteira, com certeza.

Chegar em casa foi muito bom, mas descobri que sinto saudade de casa. Sinto saudade da minha vida em Houston. 

Algumas coisas me causaram muito estranhamento. O trânsito me deixou em quase estado de pânico. Muitos carros e uma impressão de que as pessoas dirigem com muita agressividade e sem paciência alguma. Confesso que fiquei assustada com os engarrafamentos e com a falta de espaço, de regras e de respeito...me senti bastante invadida e ameaçada.

Confesso que amo a facilidade que podemos conectar com as pessoas aqui...elas nos olham, aceitam conversas...não se assustam...realmente nós somos lindos nisso.

Recebi abraços, olhares de saudade..reencontrei pessoas tão queridas...
Reencontrei um lugar que tem a minha energia...cheguei no Espaço Mahatma Gandhi...minha casa...meu templo...meu local sagrado de trabalho e de crescimento.

Sou feliz aqui. Sou feliz me sentindo útil, fazendo coisas que sei e que amo. Sou feliz e sinto meu coração cheio de amor.
Estar aqui inteira, faz parte de um novo momento da minha vida, minha família não está aqui, meus filhos não estão aqui..eu estou, uma parte importante de mim está. Minha história também. 

Gosto da idéia de construir uma história lá em Houston, gosto muito de me deparar com o desafio de fazer algo que entendo como importante, num lugar onde ninguém me conhece, gosto desse lugar onde sou conhecida também. 

Na verdade, entendo que gosto de viver...e da dança fantástica que a vida me convida a dançar...novos ritmos, novas músicas, antigas músicas com novos ritmos....músicas novas, com antigos ritmos. 

No fim, sempre música e sempre dança!

Preciso apenas respirar e dançar....

Ludmila 





sábado, 8 de maio de 2010

Venham me ver...quero ver voces!


Estarei no Brasil do dia 11 até 30 de maio. 
Trabalhando no Espaço Mahatma Gandhi e revendo amigos..
Tento entender meus sentimentos e ainda não consigo. Tenho um misto de muitas emoções vibrando na minha barriga e no meu coração.
Quero chegar...
Venham me ver.

Segue minha agenda.





12/05 - 19h - Palestra - Conexão com o presente - O Caminho para a Felicidade!
Ingresso: 2 latas de leite em pó.
15/05 - 08h - Yoga com café da manhã
Quem vier deve trazer algo para partilharmos em um delicioso café da manhã!
19/05 - 19h - Samiama - Técnica de meditação
ingresso: 2 latas de leite em pó.
26/05 - 19h - Respirando - Universo Interno e Universo Externo em Harmonia.
ingresso: 2 latas de leite em pó.
22 e 23/05 - WORKSHOP para Mulheres
" Como se tornar uma Mulher Sexualmente Adulta"  
09:00 às 17:00h
Nesse Workshop trabalharemos questões que nos impede de estarmos plenamente de posse das energias que movimentam a sexualidade.
Trabalhos corporais e vivenciais intercalarão temas discutidos e partilhados.
Para Mulheres de todas as idades.
Custo: R$280,00
13, 20 e 27/05 - de 19 as 21h (3 noites)
"Círculo das Deusas"
Nesse trabalho faremos conexão com aspectos femininos representados por 6 Deusas Gregas. Descobriremos como elas estão presentes ou não, nas nossas vidas!
8 vagas
valor: R$ 150,00
Para marcação de consultas/sessões individuais - Ver horários na secretaria.

Espaço Mahatma Gandhi
Rua Rio de Janeiro, 694, Pituba
Salvador-BA
(71) 3248-7533

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Sou Tântrica ou, Minhas vísceras vibram!!!!








Estou num momento bem interessante da minha vida. Essa semana volto a Salvador pela primeira vez desde nossa mudança para os EUA em dezembro. Nunca fiquei tanto tempo longe da minha cidade. Nunca fiquei tanto tempo longe das pessoas que amo e do meu trabalho. Hoje já não acho que foi muito tempo...nem tenho noção desse tempo...hoje acho que só existe o hoje.

Me sinto feliz aqui em Houston. Tive pouquíssimos momentos de tristeza ou de falta desde que cheguei aqui, e isso devo a minha forma de encarar a vida. Sou Tântrica. Definitivamente sou Tântrica.

Existe uma frase que amo muito que define o Tantrismo. Ela é assim: "O que existe aqui, existe lá. O que não existe aqui, não existe em lugar algum."....Adoro essa frase...penso exatamente assim. Por que pensar que minha felicidade está em outro lugar que não esse que estou? Não é um perda de tempo pensar que a vida seria melhor se fosse assim..ou assado...se estivesse ali, ou acolá...? Não é estupidez pensar que existe alguma coisa que me faria feliz ou completa, que não esteja aqui e agora? 

Penso que o Tântra me deu uma visão muito clara de realidade, desfazendo ilusões e fantasias de algo que seja melhor do que aquilo que tenho ou que posso fazer agora.

Pensar assim, não me faz uma pessoa pobre de sonhos..sonho muito...desejo até mais do que gostaria, muito pelo contrário...exatamente porque tenho uma noção (que penso ser boa) de realidade, posso sonhar sonhos possíveis..e posso desejar muito...

Quem me conhece sabe que nunca penso pequeno..é estranho dizer isso, mas é verdade. Nunca acho nada inalcansável ou impossível. Não existe nada que eu não pense ser possível realizar. As vezes fico aborrecida e até mesmo entediada quando vejo pessoas colocando dificuldade na realização de coisas tão simples....acho um desperdício de energia, pensar nas dificuldades..sempre penso nas possibilidades...sou assim.

O Tântra me ensinou que não existe lugar mais completo e perfeito que esse aqui, esse agora. Esse é o lugar da realização, esse é o lugar da força e do Poder.  Tudo só é possível a partir desse lugar...e se concentro minhas forças nele..tudo mais se desenrola...tudo mais, como uma Rede (essa é tradução da palavra Tântra)...como uma Teia...Trama...vai se construindo em todas as direções...e para sempre...porque o sempre é hoje..o sempre é agora.

Hoje filosofava virtualmente com uma amiga sobre a necessidade de  se "trocar de pele", de não nos prendermos a aparências ou mesmo a rótulos e adjetivos. Sempre tive muita aversão a isso. É muito comum estar vestida de saia indiana de manhã e à tarde com scarpin vermelho..., ou quando alguém faz um comentário dizendo algo tipo: "Você é calma!" , ou, "Como você é corajosa!"..e eu sempre respondo: "Também!"..Essa é minha resposta libertadora. Dizer que sou "também", me libera da obrigação de ser aquilo. Por que no fundo no fundo..quero poder ser qualquer coisa..quero poder ser o meu hoje, o meu presente..o meu agora.. 

No fundo não quero me sentir na obrigação de ser qualquer coisa que seja projeção do outro sobre mim, quero ser eu mesma, e ser eu mesma, é ser um dia de cada vez...ou melhor, um momento de cada vez.

O meu presente agora, é que descobri que tenho duas casas..que moro em Salvador e também em Houston..que tenho muitas amigas lá e aqui também...que posso ser feliz aqui, acolá..em qualquer lugar!!!

Meu coração e minhas vísceras estão nesse momento muito excitadas, por que amo viver assim, porque tenho uma excelente sensação a meu respeito...minhas vísceras falam de mim agora..e elas dizem que estou feliz!

Namastê

Ludmila