segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

A fé na fênix....


Após dois dias de muito mal estar, com vômitos, náuseas e sem conseguir comer nada, Judson parece que começa a melhorar...amanheceu tomando café e depois fomos caminhar....isso me deixou muito feliz. Vê-lo saindo da prostração e voltando a vida é uma verdadeira delícia. Quando ele sentir fome, celebrarei!

Tentei nesses dias, envolver mais os meus filhos nesse processo. Tenho uma visão sistêmica da vida que o Tântrismo me oferece (a psicologia muito depois me ofereceu também). Nada acontece somente em algum lugar específico, ou com um alguém. Somos sempre um sistema, tudo está integrado e interligado. Uma doença apesar de aparecer em uma parte específica do corpo, deve ser cuidada olhando para o corpo todo. Uma doença em uma família (círculo mais próximo) é um sintoma daquela família e deve ser cuidada por todos, assim como pelos amigos e comunidade (ampliando os círculos). Por isso, tento envolver muitas pessoas nessa história. É de todos nós e todos podem ajudar e serem ajudados por isso.

Meus filhos são dois rapazes lindos, já falei deles em outros momentos nesse blog, mas acho que a tendencia deles nessa idade, é de se eximir de alguma responsabilidade, é de achar que tudo está sendo feito e que eles não teriam muita coisa a fazer. Isso é um engano. Preciso muito deles. Precisamos muito deles. Não pra fazer coisas, mas precisamos da presença e da energia deles. Precisamos do amor e da continência. Eles são muito amados e tenho certeza do amor deles, mas é bom sentir isso.

Tivemos durante toda a vida, muita preocupação em deixá-los conscientes do nosso amor, com manifestações e expressões desse sentimento. Nessa fase da nossa família, não posso protegê-los da realidade, e nem quero, e preciso sentir o amor deles. Eles precisam sair da posição de quem recebe, para o lugar de quem dá. Esse é o momento de dar, e isso produz muito crescimento., muito amadurecimento. Alguém que não sabe dar, ou que não consegue.....é com certeza alguém muito infeliz e pobre, e alguém que insiste em se manter no lugar egoísta da criança que precisa ser atendida por todos. Então digo pra eles: Temos que estar juntos nessa, e com manifestações explícitas dessa união! Choro muito.....simplesmente choro, choro quando falo com eles, choro quando penso no que estamos e ainda teremos que passar, mas penso que teremos que fazer isso juntos. Choro porque estou colocando-os diante dessa dor que preferia que eles não sentissem, mas que é preciso que eles sintam.

Nesses dias em casa tenho meditado muito...não faço outra coisa. Tenho meditado sobre como a minha fé se comporta, como é a minha fé.....tenho ficado na minha caverna quase que o tempo todo. Esse é lum lugar de tranquilidade que me conecta com o meu Deus interno. Faço uma descoberta nesses mergulhos introspectivos, descubro que nunca invoco "Deus", que nunca peço nada....não sei pedir nada a Deus. Nunca fui acostumada a pedir a Deus alguma coisa. Fico meio sem graça. Me dou conta de que as pessoas fazem isso, e que deve ser muito reconfortante, que deve ser muito bom....sei lá, não sei pedir. Estranho pensar isso, mas não sei pedir. Peço pra todas as pessoas que me ligam ou escrevem, que peçam por nós...que orem ou vibrem por nós....que peçam pela saúde de Judson, mas eu não sei pedir...que coisa doida me dar conta disso!

Minha fé diz que tudo está certo, que no fim tudo dá certo, que não sabemos de nada e que devemos fazer a nossa parte...o resto virá como acréscimo...., mas acho que queria sentir como algumas pessoas descrevem, que sentem uma certeza de que Deus as atenderá! Bom, por enquanto vou fazendo aquilo que entendo ser a minha parte. Tento manter a minha mente tranquila, o coração aberto, compassivo e amoroso, e o corpo leve. Cuido de Judson com aquilo que tenho de melhor, tento manter a minha família unida nessa jornada e choro, choro muito quando fica pesado, sem perder a certeza de que como Fênix podemos renascer sempre. Essa, com certeza é a minha maior fé!

Namastê

Ludmila Rohr

P.S. foto tirada em Varanasi, no Aarti, ritual Brahmane que acontece às márgens do Ganges todas as noites. Chorei muito na 1ª vêz que lá estive....é uma manifestação espiritual muito forte!


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