quarta-feira, 11 de março de 2009

Sou forte....

Ontem senti cansaço...muito cansaço. Acho que quando Judson melhora, me dou ao luxo de me sentir cansada. Chorei muito. Chorei ouvindo música italiana no carro. Chorei ao pensar nos meus filhos. Chorei com saudade de ter alguém que cuidasse de mim...enfim, fiz um contato com minhas carências. Não é saudável negá-las. Tenho sido forte e corajosa, mas sou uma pessoa como outra qualquer. Tenho medos e carencias. É bem verdade que normalmente não mostro isso, por que acho que devo me organizar, que tenho instrumentos internos pra isso...aí eu respiro, medito, reflito...sinto meu corpo e de fato consigo me equilibrar, consigo me conectar com minhas forças, com minha coragem e com tudo que tenho dentro de mim que me sustenta nessas horas.

Algumas pessoas reclamam que sou forte demais, questionam isso. Me dizem que eu não mostro minhas fraquezas. Não acho isso. Sou forte mesmo e construi essa força ao longo dos anos e com muita prática de yoga, meditação e muita terapia. Me conheço bastante e também consigo me organizar internamente. Não me sinto desintegrada, ou desesperada. Não conheço isso, pois estou buscando manter a minha integração e lucidez todo tempo e sempre, independente da situação. Essa é a prática rotineira da minha vida nas mínimas coisas e nas máximas também. Isso é o que significa incluir a meditação e o yoga na vida, e não só em alguns momentos da vida. Realmente acredito nisso, acredito na minha prática pessoal. Acredito porque sinto que funciona, não porque está escrito em algum lugar.

Mas não tem sido fácil. Conto com amigas queridas com quem posso chorar. Conto com minha mãe e meu pai, com quem eu evito chorar para não preocupá-los, mas eles me conhecem muito e me ajudam mesmo sem eu pedir. Conto com minhas irmãs. Conto com tantas pessoas. Mas certa ou errada, eu sempre achei que tinha que contar comigo mesma, esse foi o meu aprendizado. Não suporto o lugar da vítima. Lembrei que em uma situação em um treinamento na minha formação como Analista Bioenergética, vivi um enfrentamento com uma pessoa que hoje é uma amiga muito querida, mas na época, ela reclamava da minha força, daquilo que ela chamava de excesso de energia, dizia que se sentia ameaçada pelo meu jeito de ser que ela julgava muito duro...enfim, ela chorava muito e eu não. Todos do grupo a acolheram e a mim, não. Lembro de ter dito pra ela e para o grupo, que preferia o lugar de algóz que ela estava me colocando, do que o lugar horroroso de vítima que ela estava se colocando, mesmo me sentindo só e dolorida com as acusações públicas, falei isso. Claro que fiquei mais sozinha ainda. Parece que as pessoas tem mais facilidade de acolher aqueles que se fragilizam e dificuldade em ver que os que não se fragilizam também sentem.

Bom...não sou mais tão dura assim. Hoje já choro e consigo mostrar minha alma feminina. Haja vista tantas manifestações amorosas que recebo o tempo todo de várias formas. Isso pode significar que eu estou mais exposta na minha vulnerabilidade humana. Mas ainda acho que tenho que dar conta da minha vida. Já entendi em terapia e nas minhas buscas que tenho orgulho da minha força, isso é bom ou ruim? Não sei. Provavelmente bom e ruim ao mesmo tempo. Devo mudar isso? Não sei também. Mas sei que essa é a minha forma de estar na vida.

Namastê!

Ludmila Rohr
P.S. Yoga! aquilo que faz com que eu experimente no corpo as voltas que a vida dá.


5 comentários:

  1. Isso é uma característica de ser "Brito" ou melhor "Beritt". Simplesmente somos assim... Acho que fomos criadas com o conceito "de não dar trabalho a ninguém", então qualquer fragilidade é sinônimo de "dar trabalho". Tenha certeza que vc pode me dar muito trabalho, viu? Beijos, Lali

    P.S.:Mandei o e-mail pra vc sobre o contato de Brasília da babosa.

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  2. Chore Lud; chore muito, não se afogue nas lagrimas. Hoje vi um filme que no final dizia assim: morrer é fácil; viver é que é difícil.
    Pena que eu não estou ai para enxugar suas lagrimas e chorar com vc.

    Bjs nos olhos de lagrimas

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  3. Querida Ludmila, como minha terapeuta me conhece um pouco e sem qualquer pretensão remotando as nossas sessões de análise de grupo me reconheci em algumas falas deste texto embora tenha aprendido na escola da vida também sinto orgulho da minha força. Um beijo e saúde ao Jadson.

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  4. Obrigada minhas queridas!
    Fico muito orgulhosa e feliz de ter mulheres tão especiais como vcs na minha vida!

    bjos

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  5. lud será que pode -se dizer tambem que este tipo de "fortaleza" interna é "mal" das capricornianas? Me identifiquei muito com voce neste aspecto as pessoas olham pra mim e nunca vao dizer que estou carente ou emocionalmente abalada so eu sei .. as vezes realmente é terrivel o q nos consola é o fato de termos nosso lugar na terapia, mas o meu truque é ir ao cinema só, ver um bom filme e chorar, aproveitar o conteudo do filmesentir no que bate com meus sentimentos e chorar ali no escurinho ou até mesmo ler suas palavras que acabam externalizando exatamente o que sinto ou tambem ouvir palestars de medrado pois pra mim, ele sempre tem uma palavra certa pro que eu estou sentindo... Beijos pra voce e chore mesmo ao ouvir musicas belas ao assistir filmes ao falar com o terapeuta que depois agente sai muito mais leve...BEIJOS... carol- uma das deusas artemis(mahatma)

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