Uma amiga me perguntou o porquê de eu estar me expondo tanto nesse momento da minha vida. A princípio não entendi bem o sentido da pergunta, porque me parece óbvio que escrever me organiza. Quando era criança, eu tinha diários e mais diários, escrevia cartas e mais cartas para os amigos...adorava escrever sobre o que estava sentindo ou pensando. Talvez ela esteja querendo saber por que faço isso agora em um blog, onde muitas pessoas terão acesso, e pessoas que nem conheço. Vou tentar entender enquanto escrevo e quem sabe eu consiga respondê-la.
Desde 1988 dou aulas de yoga, e nesse tempo era costume que em toda aula prática tratássemos de algum tema teórico do yoga. Hoje fazemos isso apenas uma vêz por mês, mas lembrando bem, sempre me coloquei de forma muito evidente nessas aulas e palestras. Sempre coloco minhas histórias, meus sentimentos e minhas idéias. Nunca me escondi, nem evitei exposição, e sempre me impliquei nas coisas. Não consigo ser simplesmente teórica, acabo contando casos e exemplificando, e só posso fazer isso, com minhas histórias. Então, essa exposição que minha amiga questiona não é uma novidade na minha vida.
Nas viagens pra Índia sempre fiz diários. Contava detalhes dos lugares, mas acima de tudo, falava dos meus sentimentos, do que a Índia provocava em mim, e de como era a interação com as pessoas. Esses diários eram (e ainda são) lidos por muitas pessoas que nos acompanhavam nessa aventura. De vêz em quando alguém me escreve dizendo que leu os diários e ficou cheio de encantamento. Eles estão disponíveis no site do Espaço Mahatma Gandhi.
Sou assim....não sei como responder a questão da minha amiga, a não ser dizendo que isso funciona para mim. Eu fico mais inteira. Não sei se funcionaria para todas as pessoas, mas em mim, produz um bem enorme. Com certeza é uma forma de meditação, e com mais certeza ainda posso afirmar que consigo algumas coisas muito boas com isso, para mim e para outras pessoas.
Uma delas é que nunca me sinto só com os meus pensamentos, estou compartilhando, trocando, e isso me enriquece, pois abro o leque, saio do meu umbigo, e a consequencia imediata disso é que ajudo e sou ajudada. Algumas pessoas adoram ler o que escrevo e sentem-se animadas, identificadas e outras pessoas, me ajudam...escrevem pra mim, me dão força, desejam coisas boas e enviam vibrações positivas. Adoro isso!!
O I ching (oráculo chinês) me disse hoje que quem compartilha, multiplica! Acredito nisso! Compartilhando, dando, ou seja, abrindo minhas histórias e sentimentos...estou multiplicando, e sem problema nenhum com minha vaidade, acho que tenho muito o que multiplicar e compartilhar. Por que sempre me sinto muito rica! Essa é uma sensação que me sustenta, sempre acho que tenho muito pra dar....mesmo nos momentos mais dolorosos, acho que tenho muito pra dar. Dificilmente tenho a sensação de ser uma pessoa pobre ou com pouco pra dar e me sinto generosa e aberta.
Buda conta em uma das suas histórias, que um "intocável" na Índia pede esmola pra ele, era uma pessoa absolutamente pobre, e acostumada a pedir esmolas. Ele achava que não tinha nada e simplesmente pedia. Nesse dia que encontrou com Buda, fez muitas reverencias e pediu. Buda não deu e disse: Você é quem terá que me dar algo! Mas eu não tenho nada, disse o pobre homem! Buda diz: tem, encontre e me dê! O pobre homem que sentia que não tinha nada, vasculha suas roupas, que eram trapos e encontra um grão de arroz. Era a única coisa que tinha! Olha pra Buda e lhe oferece seu único grão de arroz, que eram todas as suas posses! Naquele momento, o homem alcança a iluminação!
É dando que se recebe! Jesus ensina. Acredito nisso. Realmente acredito que quanto mais damos sem esperar retribuição, simplesmente damos, porque é muito bom dar, compartilhar, mais nos sentimos ricos, plenos.
Bom...muito distante e ao mesmo muito perto de Buda e de Jesus, porque adoro as retribuições e confesso que as aguardo com o coração aberto, me sinto bem quando escrevo, porque acho que estou dando aquilo que tenho de mais precioso, que são as minhas meditações e os meus sentimentos!
Espero minha amiga, que eu tenha conseguido responder sua pergunta...
Namastê!
Ludmila Rohr
P.S. foto de bandeiras de orações em um templo Budista no Nepal. Eles penduram orações em forma de bandeirolas para que o vento as multiplique e as leve para todos os lugares.
Desde 1988 dou aulas de yoga, e nesse tempo era costume que em toda aula prática tratássemos de algum tema teórico do yoga. Hoje fazemos isso apenas uma vêz por mês, mas lembrando bem, sempre me coloquei de forma muito evidente nessas aulas e palestras. Sempre coloco minhas histórias, meus sentimentos e minhas idéias. Nunca me escondi, nem evitei exposição, e sempre me impliquei nas coisas. Não consigo ser simplesmente teórica, acabo contando casos e exemplificando, e só posso fazer isso, com minhas histórias. Então, essa exposição que minha amiga questiona não é uma novidade na minha vida.
Nas viagens pra Índia sempre fiz diários. Contava detalhes dos lugares, mas acima de tudo, falava dos meus sentimentos, do que a Índia provocava em mim, e de como era a interação com as pessoas. Esses diários eram (e ainda são) lidos por muitas pessoas que nos acompanhavam nessa aventura. De vêz em quando alguém me escreve dizendo que leu os diários e ficou cheio de encantamento. Eles estão disponíveis no site do Espaço Mahatma Gandhi.
Sou assim....não sei como responder a questão da minha amiga, a não ser dizendo que isso funciona para mim. Eu fico mais inteira. Não sei se funcionaria para todas as pessoas, mas em mim, produz um bem enorme. Com certeza é uma forma de meditação, e com mais certeza ainda posso afirmar que consigo algumas coisas muito boas com isso, para mim e para outras pessoas.
Uma delas é que nunca me sinto só com os meus pensamentos, estou compartilhando, trocando, e isso me enriquece, pois abro o leque, saio do meu umbigo, e a consequencia imediata disso é que ajudo e sou ajudada. Algumas pessoas adoram ler o que escrevo e sentem-se animadas, identificadas e outras pessoas, me ajudam...escrevem pra mim, me dão força, desejam coisas boas e enviam vibrações positivas. Adoro isso!!
O I ching (oráculo chinês) me disse hoje que quem compartilha, multiplica! Acredito nisso! Compartilhando, dando, ou seja, abrindo minhas histórias e sentimentos...estou multiplicando, e sem problema nenhum com minha vaidade, acho que tenho muito o que multiplicar e compartilhar. Por que sempre me sinto muito rica! Essa é uma sensação que me sustenta, sempre acho que tenho muito pra dar....mesmo nos momentos mais dolorosos, acho que tenho muito pra dar. Dificilmente tenho a sensação de ser uma pessoa pobre ou com pouco pra dar e me sinto generosa e aberta.
Buda conta em uma das suas histórias, que um "intocável" na Índia pede esmola pra ele, era uma pessoa absolutamente pobre, e acostumada a pedir esmolas. Ele achava que não tinha nada e simplesmente pedia. Nesse dia que encontrou com Buda, fez muitas reverencias e pediu. Buda não deu e disse: Você é quem terá que me dar algo! Mas eu não tenho nada, disse o pobre homem! Buda diz: tem, encontre e me dê! O pobre homem que sentia que não tinha nada, vasculha suas roupas, que eram trapos e encontra um grão de arroz. Era a única coisa que tinha! Olha pra Buda e lhe oferece seu único grão de arroz, que eram todas as suas posses! Naquele momento, o homem alcança a iluminação!
É dando que se recebe! Jesus ensina. Acredito nisso. Realmente acredito que quanto mais damos sem esperar retribuição, simplesmente damos, porque é muito bom dar, compartilhar, mais nos sentimos ricos, plenos.
Bom...muito distante e ao mesmo muito perto de Buda e de Jesus, porque adoro as retribuições e confesso que as aguardo com o coração aberto, me sinto bem quando escrevo, porque acho que estou dando aquilo que tenho de mais precioso, que são as minhas meditações e os meus sentimentos!
Espero minha amiga, que eu tenha conseguido responder sua pergunta...
Namastê!
Ludmila Rohr
P.S. foto de bandeiras de orações em um templo Budista no Nepal. Eles penduram orações em forma de bandeirolas para que o vento as multiplique e as leve para todos os lugares.
Querida Lud...
ResponderExcluirEsta imagem do Nepal trouxe de volta muitas lembranças boas de nossa viagem.
Leio seu blog, medito, oro e sinto-me tão próxima de você graças ao seu gesto de "compartilhar". Suas emoções são fortes... Eu me emociono, mas volto a orar.
bjsssssssss
Rosalice
Minha amiga,
ResponderExcluirVc é uma pessoa muito querida. Nunca esquecerei que foi na minha primeira viagem à Índia te conheci! Isso é muito especial!
Conto com suas orações.
bjo
Ludmila