Fui apresentada à Irmandade da Boa Morte, através de um documentário realizado por uma amiga que é jornalista (Cláudia Bonatte). Essa irmandade, famosa na Bahia, sempre me chamara atenção por causa do seu nome. Achava curioso uma irmandade chamar-se de Boa Morte! Acho que esse documentário, infelizmente nunca foi exibido pela TV, mas graças a essa minha amiga, eu pude conhecer um pouco da história desse grupo de mulheres negras que vivem na cidade de Cachoeira na Bahia e soube que elas praticam uma religiosidade, assim como muitas comunidades que tiveram origem nos escravos ou seus descendentes, que mistura o candomblé com o catolicismo.
Lembro perfeitamente de assistir no documentário, uma das "irmãs", que era bem velhinha, mas perfeitamente lúcida e com uma alegria contagiante, explicar um pouco do significado desse nome tão forte. Minha amiga perguntava na entrevista o porquê desse nome e ela explicava de forma absolutamente simples, que elas não cultuavam a morte como alguns pensavam, muito menos que elas passavam a vida pensando na morte, mas afirmava ela, que todas as "irmãs" queriam e tinham uma boa morte, uma morte tranquila e, quando minha amiga perguntava qual era o segredo disso, ela dizia rindo parecendo surpresa com a pergunta: ter uma boa vida!
A sabedoria daquela mulher aparecia nos vincos do seu rosto idoso, na simplicidade e generosidade das suas palavras. Nunca a esquecerei! Bom...me dei conta naquele momento que a morte não tinha menor importancia para elas... entretanto, a vida, essa sim, era cultuada e vista como sagrada, única. Segundo essas irmãs, se vivêssemos bem e tranquilamente, certamente teriamos muita chance de, na hora da nossa morte, estarmos tranquilos e entregues.
Para os hinduístas o momento da morte tem muita importancia, eles acreditam que se na hora da morte, a pessoa chamar o nome de Deus..., estaria revelando o seu desapego das coisas materiais, elevando a mente a um nível espiritual e poderia assim, romper uma cadeia de prisão kármica, desencarnando livremente e em paz. Os indianos contam que na hora da morte, o Mahatma Gandhi chamou Rama(o nome de Deus).
Amo muito a vida! Amo muito a minha vida...amo as coisas que faço, as coisas que aprendo, as pessoas que conheço e não consigo me ver diferente disso. Acredito na vida em todos os seus momentos, acredito no poder soberano da vida que nos ensina a renascer sempre e a prreservá-la, mas reconheço que a morte no ocidente é um assunto evitado. Sempre que pensamos em morte, pensamos em dor, sofrimento e perdas. Penso que nossa cultura é pouco reverente à vida, por isso teme tanto a morte. Acho tambem que só morrendo várias mortes em vida, não temeriamos a última morte...
As perguntas que ficam nessa reflexão são: que mortes são essas que teríamos que experimentar em vida? O que teria que morrer em nós para que pudéssemos viver plenamente e sem temer a morte?
E finalmente, já que a morte faz parte da vida..., tememos a morte ou tememos a vida?
Namastê!
Ludmila Rohr
A sabedoria daquela mulher aparecia nos vincos do seu rosto idoso, na simplicidade e generosidade das suas palavras. Nunca a esquecerei! Bom...me dei conta naquele momento que a morte não tinha menor importancia para elas... entretanto, a vida, essa sim, era cultuada e vista como sagrada, única. Segundo essas irmãs, se vivêssemos bem e tranquilamente, certamente teriamos muita chance de, na hora da nossa morte, estarmos tranquilos e entregues.
Para os hinduístas o momento da morte tem muita importancia, eles acreditam que se na hora da morte, a pessoa chamar o nome de Deus..., estaria revelando o seu desapego das coisas materiais, elevando a mente a um nível espiritual e poderia assim, romper uma cadeia de prisão kármica, desencarnando livremente e em paz. Os indianos contam que na hora da morte, o Mahatma Gandhi chamou Rama(o nome de Deus).
Amo muito a vida! Amo muito a minha vida...amo as coisas que faço, as coisas que aprendo, as pessoas que conheço e não consigo me ver diferente disso. Acredito na vida em todos os seus momentos, acredito no poder soberano da vida que nos ensina a renascer sempre e a prreservá-la, mas reconheço que a morte no ocidente é um assunto evitado. Sempre que pensamos em morte, pensamos em dor, sofrimento e perdas. Penso que nossa cultura é pouco reverente à vida, por isso teme tanto a morte. Acho tambem que só morrendo várias mortes em vida, não temeriamos a última morte...
As perguntas que ficam nessa reflexão são: que mortes são essas que teríamos que experimentar em vida? O que teria que morrer em nós para que pudéssemos viver plenamente e sem temer a morte?
E finalmente, já que a morte faz parte da vida..., tememos a morte ou tememos a vida?
Namastê!
Ludmila Rohr
Eu não tenho medo da minha morte, tenho medo de perder pessoas queridas e de ficar doente.
ResponderExcluirSe Deus não me acolher é porque não tem nada além daqui.
Eu penso que tem, tem que ter!!!
Até lá terei a certeza!!!
" A Paz do Senhor esteja conosco"
Rita Portela