quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

QUANTO VALE A LIBERDADE?


Seoul moderna
 Para mim, as questões relativas à liberdade sempre pertenceram ao campo subjetivo. Achava realmente que a liberdade dizia respeito a minha mente, e ao auto-controle. O yoga me ensinou que ser livre, significava ser dona de mim mesma, ser um "swami", não ser dominada pelos meus pensamentos, emoções e sensações. Buscar essa liberdade sempre foi uma meta para mim, e o caminho para isso sempre foi a meditação.

Seoul rica


Entretanto, acabei de assistir a um documentário português chamado "LIBERDADE OU MORTE"  , que retrata a fuga de um grupo de pessoas da Coréia do Norte em direção a sua irmã, Coréia do Sul. Apesar dos dois países serem fronteiriços, eles precisam atravessar a China, a selva do Laos, pra alcançar a Tailândia e lá, conseguirem abrigo como refugiados na Embaixada Sul-Coreana e poderem partir para a Coréia do Sul.

A fronteira entre as duas Coréias é a região mais vigiada do planeta. Não existe a menor possibilidade de atravessa-la sem ser visto. A política chinesa é extremamente cruel com fugitivos da Coréia do Norte, se eles são descobertos, são devolvidos para o país, e lá são presos e torturados, quando não são mortos. 

Esse tipo de história é comum aqui na Coréia, onde moro desde dezembro de 2011. Estava aqui quando Kim Jong Il, ditador norte-coreano morreu. Soube que existe um Ministério da Reunificação aqui na Coréia do Sul, preparado para uma possível queda da vizinha do norte. Descobri também que a maior base militar americana fora dos EUA, está aqui na Coréia do Sul. Embora a vida aqui seja muito tranquila, essa é uma região tensa do planeta. 

Seoul tradicional
Andar pelas ruas ricas de Seoul e pensar que ao lado, na Coréia do Norte, as pessoas passam fome, é assustador. É difícil pensar que esses dois países, com realidades tão opostas, eram um só. Pensar que essas pessoas que foram divididas pela política e pela estupidez da guerra, eram um só povo. Pensar que a União Soviética acabou, as Alemanhas se reunificaram, mas as Coréias continuam separadas, é desolador. 

Bom...depois de assistir a esse documentário, continuo pensando que a Liberdade é uma questão mental para nós que crescemos com a liberdade de ir e vir,  podendo expressar opiniões sem medo de sermos presos. Minha liberdade de ser o que sou, custa muito pouco diante do que custa para essas pessoas (que vi no vídeo).

Nossa liberdade pode nos custar no máximo inimizades e desagrados, e mesmo assim muita gente prefere não pagar. Muita gente prefere se esconder atrás dos medos, pra não ter que encarar o preço da liberdade, e olhe que nossa liberdade pode até parecer cara, mas nunca custará a nossa vida. 

Depois de ver no documentários, pessoas dizerem que preferem a morte a continuarem prisioneiros da ditadura; pessoas que atravessam selva a pé e com fome; pessoas que enfrentam situações concretas de privação de liberdade que nunca jamais pensamos em viver, a pergunta que não quer calar é: Quanto estou disposta a pagar pela minha liberdade? 


2 comentários:

  1. Olá Ludmila

    Passando por aqui para ver seus escritos sempre especiais e para lhe desejar um excelente ano de 2013! Vamos continuar em crescimento e fortalecer o que temos de melhor. Obrigada pela boa energia de sempre!

    Beijo
    Nilza

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  2. Penso nessa tal libetdade todos os dias, Lud! O quão é alto o preço por não estar desfrutando dela nesse momento da minha vida.Eu com 27 anos, me sinto prisioneira de alguns medos, mas que tenho fé que me libertarei um dia! Bjs! Simone A.

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