terça-feira, 2 de outubro de 2012

A VIDA É SIMPLES ASSIM



Estou nos EUA por uns dias. Vim ver meu filho que mora aqui e, daqui irei para o Brasil para o casamento de um sobrinho. 

Sair da Coréia onde moro, passar por esse país que vivi por dois anos, encontrar pessoas; e seguir para o Brasil é suficiente para mexer muito com minha cabeça.

Na Coréia está o meu amor, e é um país que amei de cara. Nos EUA está um filho, e no Brasil tem meu trabalho com o qual sou completamente identificada, estão minha mãe e irmãs, além de um filho amado. Sinto que fico dividida entre esses lugares. 

Adoraria ser uma pessoa menos reflexiva, mas não consigo. Penso o tempo inteiro. Estou o tempo todo me perguntando sobre o significado das coisas e da minha vida. Adoraria simplesmente vivê-la, mas não sou assim. Não acredito que a vida exista apenas para que possamos nascer, crescer, trabalhar, ter filhos e os criar, lutar para ganhar dinheiro e até mesmo para tentar guarda-lo, e em algum momento, que não sabemos qual é, morrermos. 

Talvez seja apenas isso mesmo, mas confesso que tem uma parte em mim que não me se conforma e insiste em fazer mil perguntas e fica inquieta o tempo todo. 

Quando essa parte inquieta fala, penso que podíamos descobrir algo que mudasse a vida das pessoas. Penso que poderíamos falar ou fazer algo que se torne importante significativo para alguém, mas percebo no fim, que tudo não é mais nada que um medo de desaparecer, ou um medo da morte do ego. 

Hoje Sonia Nemi, que é psicoterapeuta na Bahia e uma pessoa muito querida para mim, escreveu isso no facebook: 

"O que eu estou pensando? Em como de repente eu senti que estou entrando numa nova etapa da minha vida, vendo minha missão de vida com mais objetividade que antes e cada vez mais determinada a viver a vida de modo monótono; do jeitinho que a felicidade é, sem jogos!"


Fiquei encantada, nem ao certo sei o porquê, mas ela conseguiu falar de forma clara e precisa sobre um outro olhar sobre a vida. Um olhar que tenho experimentado e confesso que um pouco relutante em me render, mas que tem me proporcionado muito prazer. A minha vida é simples, gosto dela. Não quero os jogos competitivos que nos deixam na ansiedade para ganhar e no medo de perder. Não quero ganhar nada. Quero apenas a vida simples de quem é feliz. 

Quero fazer o que tem que ser feito. Acredito que temos que compartilhar aquilo que temos de melhor, com aqueles que precisam. Acredito que não podemos guardar nossos dons num baú, temos que revela-los e realiza-los. 

Obrigada Sonia, por hoje ter descrito com tanta simplicidade a minha sensação nesse momento. O que voce me disse, é que não preciso ter medo de sair do sânsara. O que voce me disse, é que posso me render a isso que me chama sem achar que estou desistindo de uma luta, mas sim que estou recebendo os louros dela, que é a possibilidade de simplesmente vive-la.

Se vivemos a nossa vida, cumpriremos a nossa missão. 
Se fazemos isso, temos paz. 
Temos a "monotonia" que a felicidade proporciona. 
Romper com a loucura da "Roda de Sânsara", que nos coloca o tempo inteiro na geração de Karma, é encontrar o sentido da vida.


Que isso seja possível para você, Sonia querida, para mim e para todos que entrarem nessa portal. 

Que as buscas cessem, e que reconheçamos que o encontro já existe.

Que possamos sentir que a vida já é. 
Não existem mistérios, ela é simples e assim.

Ludmila Rohr

4 comentários:

  1. Ludmila, li seu texto com muita alegria no meu coração! Se eu descrevi o seu e o meu momento com objetividade, você desdobrou com beleza! Interessante que precisei conduzir um segundo workshop sobre jogos relacionais para me dar conta desse novo patamar para onde eu me direcionava! Os alunos sairam dizendo que a vida deles mudou como se eu tivesse feito algo... No entanto, a minha vida mudou enquanto eu me ouvia falar e os ouvia compartilhar! Que maravilha é a reciprocidade. Ai você me presenteia assim... que delícia é a vida! Eu quero muito bem a vocês! Sônia Nemi

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  2. Ai amiga! Sabe esses "jogos competitivos" tambem não os quero! O tempo todo somos pressionados a ganhar e consequentemente, algumas vezes perder. Ai ai... vou pensar mais sobre isso!

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  3. Ludmila e Sonia,

    Duas pessoas que tenho muita empatia e carinho. Incrível a identificação que temos com outras pessoas apenas em curtas convivências e vivências, mas com vocês sou assim, gosto de graça! Creio que me identifico com a maneira generosa e compassiva de ambas se doarem, esse é o lugar que procuro ocupar no mundo também. Assim neste encontro deixo minha mensagem de carinho e desejo de realizações para vocês, aí onde estão e neste exato momento.
    Beijos
    Nilza

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  4. Oi Lu, me identifiquei muito com seu texto. Procuro viver em simplicidade, sem competições, mas em busca constante do meu princípio criador, da finalidade da vida, bem como da razão da minha existência, de onde vim, para onde vou e o que vim fazer aqui. Bjs no coração e seja bem vinda a essa terrinha maravilhosa que é a nossa Bahia.

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