quarta-feira, 7 de julho de 2010

MORREMOS UM POUCO NESSA HORA....

Uma mulher foi assassinada. Ela foi assassinada por alguém famoso. Ela só ficou famosa, por causa disso. 10 mulheres são assassinadas todos os dias no Brasil. No dia que Eliza foi assassinada, outras 9 também foram. Quem as matou, ninguém sabe. Quem são elas, ninguém saberá também. Eliza terá sua morte investigada, porque seu provável algoz é famoso, e não porque uma mulher foi assassinada.

Eliza era filha de alguém, ela era mãe de uma criança, ela era amiga, vizinha e colega de alguém. Ela agora é uma vadia. Tem sua vida sexual devassada. Tem sua sombra revirada. Procuram algo que justifique seu assassinato. Tudo isso porque, se Eliza foi assassinada é porque ela fez algo para merecer isso. Dizem: "Quem procura, acha."

A nossa sociedade é tão machista que acolhe bem esses crimes. As mulheres que são assassinadas são sempre vadias. Elas buscaram de alguma forma esse destino. Eram as amantes, ou prostitutas, garotas de programa e afins... Os homens usam essas mulheres e descartam. Eles podem fazer isso. Eles não serão julgados por sua vida sexual, aliás serão até bem vistos. Coisas de macho.Os homens podem ter a vida sexual que desejarem,  não serão mortos por isso, mas as mulheres, se assim fizerem, merece o castigo maior...

Quando uma mulher é assassinada, estuprada, humilhada....todas nós somos também. É o feminino que é mais uma vez ferido. É o feminino que é mais uma vez julgado e condenado. O feminino que é destituído do seu poder. Todas nós perdemos e somos feridas.

Tenho estado muito indignada com essa história. Ela não é uma história inédita. Nem precisamos pesquisar muito para encontrar vários casos mulheres mortas dessa mesma forma. Entretanto é preciso ficar indignado sempre. Não podemos nos acostumar com isso nunca. 

Na China e índia, fetos de meninas são abortados. Em países africanos mulheres tem seus clitóris extirpados. Mulheres são espancadas por seus pais e maridos em todas as culturas e países. As mulheres são as primeiras a serem demitidas em tempos de crise. Os salários das mulheres é menor que o dos homens em funções semelhantes. Até pouco tempo, no Brasil, legalmente era aceitável um homem matar sua esposa, se sua honra tivesse sido ferida. Mulheres estupradas são acusadas de terem provocado seus estupros ao usarem roupas que atiçaram os machos.....

Adoro ser mulher e adoraria ser mãe de uma. Entretanto, não tive filhas, só filhos. Amo saber que meus filhos cuidam bem de suas namoradas. Amo saber que meus filhos respeitam suas amigas, assim como me respeitam. Nunca ouvi meus filhos falando de forma desrespeitosa de nenhuma mulher. Acho que eu e meu marido conseguimos criar dois homens dignos que respeitam as mulheres, assim como respeitam a vida. Acho muito improvável que um dia um filho meu seja violento com alguma mulher, assim como penso que não seriam violentos com ninguém. Fico feliz por isso.

Estou triste. Uma parte de mim é Eliza agora. Uma parte de mim é a mãe dela também.
Algo em mim está chorando por todas nós que morremos um pouco nessa hora.

Ludmila Rohr





35 comentários:

  1. Li e escrevi o comentário no meu blog... http://bigeyestoseetheworld.blogspot.com/2010/07/orgulho-de-ser-brasileira.html

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  2. Sensível e emocionante...Vc traduziu em palavras o sentimento de muitas mulheres, muitas mães e muitos seres humanos que hoje estão assustados com tanta frieza e em saber que convivemos em nossa sociedade, com pessoas frias e insensiveis como os autores dessa barbárie!

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  3. Ludmila, muito bom seu comentario. No inicio falavam assi"m: a ex namorada de Bruno". Dois dias depois "a amante", meu Deus!! Penso na dor da mae dela e tb na dor da mae dos que praticaram esta tamanha violencia. Nenhuma mae quer isso para seus filhos. Falta amor no coraçao das pessoas. Usam e jogam fora como um papel do bombom que acabaram de comer. E a criança ?? Que futuro agora tera com a avo e avô brigando pela guarda?? Temos que nos concentrar na energia do bem para neutralizar o mal.Ana

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  4. Oi Ludmila.
    Você descreve o que muitas e muitos estão sentindo. É chocante esta história, mas não é a 1ª e não vai ser a última enquanto o ser humano não mudar, principalmente esta sociedade machista. Quanta crueldade meu Deus!

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  5. Muito bom seu artigo. Tambem me sinto assim. Penso naquela criança que ainda não sabe falar, não entendeu o que aconteceu, porém terá sua vida marcada. Sinto-me realmente muito triste com esse acontecimento, por que temos a certeza que esse é apenas mais um de tantos casos iguais. Vamos rezar pelo espiríto de Elisa.
    Rita de Cássia Araújo Julião-Maceió-AL.

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  6. Ludmila, seu artigo é bom. Só tem um problema: algumas pessoas, mulheres ou não fazem escolhas erradas, que terminam em tragédia. Nós todas mulheres sabemos muito bem como existem moças que acham que ter filhos com famosos é garantia de futuro. Elas não merecem a morte por isso, de modo algum. Mas fizeram uma péssima escolha.

    Só espero que esse caso sirva de lição para que as mulheres se respeitem mais e respeitem também a gestação de filhos, não se envolvendo com pessoas erradas ou só pela fama e pelo dinheiro.

    Não se pode fingir que Eliza não queria isso.

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  7. Oi Lu! Meu sentimento é mesmo, como se parte de mim fosse Elisa. E minha revolta tb me perturba quando penso que são 10 por dia. Porque ser homem dá o direito de agir como se ser mulher não nos desse o direito de viver. O crime é contra uma mulher, sua mae e familia. Mas é contra nós, todas nós, enquanto humanidade. A impunidade não se faz porque o criminoso é famoso apenas. Se faz porque a justiça nao funciona. Se faz porque não somos capazes, nós, de fazermos valer o temos de direito e que autoridades teriam que colocar em pratica. A gente precisa fazer alguma coisa, sob pena de historias como a de Elisa e tantas outras mulheres continuarem acontecendo sem que tomem providencias! Amei seu texto Lu! Beijo

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  8. Ludmila,seu texto traduz o sentimento de muitas pessoas neste triste episódio.
    Me sinto solidária com a dor das pessoas que conheceram um lado de Eliza que não se mostra na mídia.Também fico indignada quando ocorre violência contra a mulher e "As mulheres são rotuladas como as que procuraram e acharam e por nomes feios"e enquanto os homens são rotulados como machos " e na verdade não mereciam nem ser chamados de seres humanos ao cometerem qualquer violência contra a mulher.
    Estou indignada pelo que houve e por mais uma vez ver mais um exemplo de crueldade.

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  9. Que texto feminino! Isso não tem nada a ver com machismo.
    Machismo tá nos olhos de quem vê, assim como preconceito!
    Vocês mulheres são todas machistas também! E pior que mulher machista é mulher feminista. Deveria ter gente que não é nenhum nem outro. Assim, não teria essas discussões.

    Davi

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  10. O mais triste é saber que os homens machistas são iniciados em casa com suas próprias mães. Tudo começa muito cedo, onde os pais ensinam que o menino pode fazer xixi em qualquer lugar. Onde a maioria dos pais acham bonitinho o menino que desde pequeno é "safadinho". Quando passa a mão na menina na escola. E assim por diante. Onde o menino pode mexer com as meninas na rua. Isso é coisa de "macho". E se o menino não faz nada disso e se comporta de maneira extremamente educada e respeitosa é tachado de "viadinho". Sou mãe de menina e sempre me indignei com essas coisas. Não vou e não quero me acostumar com nada disso principalmente com a violência.
    Ana Paula Xavier - Rio de Janeiro - RJ

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  11. Ludmila, vim aqui por um comentário de Jean Willys no tweeter.Concordo com vc, tb tenho um filho homem que é digno, respeitador, sensato. Existem muitas mulheres que defendem o assassino, por concordarem que ele era casado e a outra, uma vagabunda. Essas mulheres são as culpadas do próprio destino. Ou do destino de suas filhas. Segundo a imprensa,a mãe de Elisa a abandonou quando criança. O pai de Elisa foi o estuprador da própria filha (outra criança), que teve com a irmã da segunda esposa.São essas pessoas que estão brigando pela guarda do bebê Bruno. Que vai crescer sabendo que o pai mandou matar a mãe por culpa dele. Há salvação? Essa criança deveria ser mandada para adoção em um país bem longe, sem os interesses financeiros que recaem sobre ele, como herdeiro que é. E protegido de sua própria história.
    São questões que deveriam ser pensadas...
    Obrigada pela atenção.

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  12. Ludmila,
    Também sinto como se Eliza fosse uma parte de mim; sinto-me também um pouco mãe de Eliza. Achei lindo o seu comentário sobre seus filhos serem pessoas dignas e educadas que respeitam mulheres, mas achei mais lindo ainda o seu comentário imediatamente posterior, afirmando que eles não só respeitam as mulheres, como respeitam a vida. Sou da opinião de que é isso que precisa realmente de respeito: a vida humana. Fala-se muito em se valorizar a diferença mas acredito que o que se precisa mesmo em uma sociedade de fato justa é o direito à indiferença. Que o fato de se ser homem ou mulher seja indiferente aos olhos do RH de uma empresa. Que o fato de se ser negro ou branco seja indiferente aos olhos do usuário do trânsito. Que o fato de se ser homo ou heterossexual seja indiferente aos olhos do eleitor. Com isso tudo, quero dizer que o fato de se ter sido assassinada a mando de um famoso ou a mando de um anônimo seja indiferente aos olhos da justiça. E que a imprensa não aliene a sociedade fazendo-a pensar que "porque não foi noticiado, não aconteceu".
    Por essa razão, permita-me discordar apenas de um pequeno fragmento de seu magnífico texto: "Eliza terá sua morte investigada, porque seu provável algoz é famoso, e não porque uma mulher foi assassinada". Muitas investigações vêm sendo feitas, independentemente do nível de exposição na mídia dos algozes. Prova da importância de se combater esse tipo de violência, a violência contra a mulher, é promulgação da Lei Maria da Penha. Que nossos esforços, portanto, sejam em prol de justiça, pois uma vida humana, ao que tudo indica, foi esquartejada e jogada aos cães, e o choque que isso causa é indiferente ao fato de ter sido o corpo de uma mulher ou de um homem, ou de o mandante ter sido anônimo ou ter sido famoso.
    Roberto Perobelli - Juiz de Fora/MG

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  13. Suas palavras são as minhas e é também o meu desabafo.
    Estou divulgando o seu texto: no blog, site, redes sociais da Revista Objetiva.

    Um abraço,
    Marta Rebouças

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  14. Ludmilla,
    Incrível com a mídia só dá destaque aos assassinatos quando envolvem famosos.
    Lembro que o caso de O.J. Simpson, que assassinou a ex-esposa e foi inocentado por um juri popular atraiu 140 milhões de telespectadores.
    Capitalismo selvagem!
    As mulheres são sempre colocadas como provadaroas de suas próprias mortes, por subverterem os papeis tradicionais que a sociedade impõe às mulheres.
    Até quando?
    Osvaldo Campos

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  15. Há qualquer coisa de obsceno nessa história de que a mulher é sempre culpada de tudo de ruim que acontece com ela.
    Precisamos acabar com isso, mostrando que estamos indignadas, que estamos de olho nesses comentários pejorativos, que estamos lutando para que as mais jovens vivam num mundo mais humano.
    Parabéns!

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  16. Parabenizo pelo texto emocionante e sensível, em meio a tantas piadinhas sobre um assunto tão cruel. Felizardos são seus filhos, meninos, criados por uma mulher que certamente os ensinará respeito ao próximo. Obrigada.

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  17. Lu
    Estou muito perplexa com tudo isso. São tantas as feridas expostas. O machismo,sexismo, o estado de profunda ignorânica... Esse Bruno é um psicopata, como bem disse Arnaldo Jabor ele não conhece sentimento de culpa, não tem discernimento. É um doente. é duro saber que o mundo (não só o Brasil) está recheado de gente assim doente. Um amigo meu me disse hoje: a maldade não conhece limites... e depois dessa devo concordar.
    É abuso, pedofilia.. é tanta coisa má que dá pra deixar qq um tonto e sem saber pra onde olhar.
    Eu penso que temos q olhar para as estruturas familiares q estamos construindo.Como vc bem disse, criou 2 rapazes bem criados e isso vem de uma BASE familiar sólida, de 2 pessoas(vc e judson) q construíram e criaram os meninos sendo exemplo para eles e não só falando. O q faltou (falta) à rapazes como esse monstro e cia é orientação, pai e mãe pra dizer NÃO, colocar limite e disciplina, pois as crianças apreendem o mundo pelos pais.
    Cadê o pai e a mãe desse goleiro? Ele não tem um tio, uma tia? Onde está a familia dele q não se vê nem se ouve? provavelmente ele não tem.
    Não posso deixar de dizer que tenho ficado
    horrorizada com o comportamento que tenho presenciado de certas mulheres, e sei q isso é uma OUTRA discussão, mas veem do mesmo "defeito" da sociedade: HIPOCRISIA. Nossas meninas estão sendo despertadas tão cedo para sexualidade e não sabem como usá-la. Mas puta, é só a filha do vizinho.
    Enfim, estamos num momento crítico de REAVALIAR nossos valores e de MANIFESTARMOS em prol da evolução. Como disse Martin Luther King: O que me assusta não é o grito dos maus, é o silêncio dos bons.
    Deus nos ajude...
    bjs

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  18. O sentimento é mesmo de indignação e horror com tamanha barbaridade...infelizmente Eliza foi vítima, primeiro de uma família sem estrutura, e depois caiu nas mãos de um crápula (que tbém veio de uma família desestruturada).
    Esta faltando estrutura familiar na vida de nossas crianças, pais presentes e interessados na educação dos filhos, resumindo, esta faltando AMOR nas famílias e mudança nas leis desse país !!!
    Estou divulgando o seu maravilhoso texto.
    Adriana Montanini

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  19. A titulo de informação:Bruno foi abandonado pelos pais 3 dias depois q nasceu e foi craido pelos avós. O pai se reaproximou 16 anos depois e morreu em seguida. A mãe só se reaproximou depois de 20 anos.
    É isso.
    Freud pode até explicar...mas NÃO HÁ JUSTIFICATIVAS.

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  20. Faço minhas as palavras da mayaraujo.

    Eliza bem parece uma maria-chuteira, se envolvendo com jogadores de futebol. (pelos vídeos disponíveis na internet, isso fica óbvio).
    Só que não acho que o Bruno seja garanhão, ele é um exemplo dessa "vida de jogador". Vai pra boate, pra festa, conhece uma garota sedutora, transa com ela. Não usou camisinha e panz. Ou "a camisinha rasgou". Sei. Faça um retrospecto da vida dele, não era santo. Antes foram prostitutas. Definitivamente, não é um bom homem, não é digno. Eu teria vergonha dele como filho, como esposa, ou como filha dele.

    Obviamente, a Eliza "não pediu pra morrer" pelo comportamento que teve. Existem muitas mulheres que vivem à margem dos famosos e se deram bem. É preciso explorar esse caso, pois mostra como as mulheres estão vulneráveis. Ela foi denunciá-lo por agressão, pelo cárcere privado, e quais foram as providências tomadas? Quais foram as recomendações que passaram a ela? Se é que fizeram alguma...

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  21. O video pornô de Elisa está circulando agora nos e-mails. Edu recebeu esse e-mail e me mostrou. É triste pensar que as pessoas possam assistir a um video desse e não se tocar que a atriz sofreu tanto e precisa ser respeitada nessa hora... Ontem estava no salão e as manicures estavam comentando o quando o Bruno é gatinho... como podem enxergar beleza numa pessoa dessas? Um mundo está perdido. Lali

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  22. Sou mulher, sou mãe de uma grande mulher, sou filha de uma mulher muito especial, irmã de uma mulher guerreira, sobrinha de outra mulher sensacional, sou nora de uma enciclopédia de vivênvia e sensibilidade. Amiga de uma legião das mais maravilhosas identidades de mulheres e a cada episódio desses penso em cada uma delas e suas particularidades e vulnerabilidades.
    As formas são as mesmas de violências e impunidade e quantas ainda serão assassinadas ou estão sendo nesse momento até que se efetivem direitos de prevenção à proteção da Mulher.
    Sabemos que são ou somos vitimizadas por violência doméstica e analisadas por profissionais que deveriam nos proteger como se fossemos culpadas.
    Ouço vários comentários, até de mulheres culpabilizando outras que sofrem violência e ainda tem esperança da transformação do agressor como o caso de Eliza. Apesar de tudo que passou com o agressor acreditou no ser humano,o qual pouco teve de humanidade para resolver o que para ele era um problema.
    Parabéns pela divulgação desse debate e que todos são a favor da justiça social, pois viôlência é uma expressão da Questão Social, se manifeste e combata esse tipo de barbárie.

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  23. Acho uma tremenda covardia crimes contra a mulher e pricipalmente quando as pessoas se referem a vitima como merecedora do seu "castigo". Lamentavel e iconcebivel esse tipo de pensamento!

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  24. Faço das palavras da Marta Rebouças, as minhas..."Suas palavras são as minhas e é também o meu desabafo." Nem posso contar minha história, cheia de dores, sei bem como é ser mulher nesse país machista.Assim como o Roberto Perobelli - Juiz de Fora/MG - achei lindo a parte dos seus filhos, Parabéns aos pais! Também consegui educar minhas duas filhas, elas respeitam muito as vidas, todas as espécies e isso muito me orgulha. Abraços a todos. Denize Batista - Brasília/DF

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  25. Parabéns Ludmila pelo belo texto. Assim como você também sou mãe de dois rapazes que também foram educados por mim, ensinei-os em primeiro lugar a respeitar o ser humano, desde o professor, à criança, os pais, ao idoso e principalmente às mulheres. Estou profundamente consternada com morte brutal da jovem Elisa, me coloco no lugar de sua mãe que embora a tenha abandonado ela é mãe e deve estar sofrendo horrores. Perder uma filha nestas circunstância é muito cruel, uma barbárie!!!
    Que Deus tenha piedade dessas famílias!

    Mara Chaves - Brasília-DF

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  26. Tragédias inexplicáveis, ou injustificáveis, como essa, devastam por dentro aqueles que tem sensibilidade. Fico a refletir sobre a vulnerabilidade do ser humano, pra se tornar um Bruno, pra se tornar um Marcos-Bola-Neném, pra se tornar uma Elisa... Antes de nos ufanarmos por nossos filhos maravilhosos, ou porque tivemos famílias maravilhosas (e essa é também a minha realidade)acho que devemos humildemente levantar as mãos aos céus, por estarmos bem. Porque quando se trata de doença mental ninguém está a salvo. Belo texto, Lud! ANA LIÉSE.

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  27. Lud,

    Profundo, emocionante e verdadeiro...

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  28. GOSTEI DOS COMENTÁRIOS E PRINCIPALMENTE DO QUE ESCREVEU LUDIMILA.LAMENTO ESTE FATOS TRISTES E VERGONHOS.JÁ ESCREVI ALGUMAS COISAS SOBRE ISTO, E SEMPRE BATO NA MESMA TECLA.O PROBLEMA É A IMPUNIDADE, QUE NO NOSSO PAIS É FATO NOTÓRIO. TEM UM FIGURÃO JORNALISTA (NÃO LEMBRO O NOME DELE) QUE EXECUTOU UMA JOVEM BONITA E INTELIGENTE E NUNCA "PUXOU" UM DIA DE CADEIA.MAIS UM EXEMPLO GRITANTE DE IMPUNIDADE,FATO ESTE QUE ESTÁ SE TORNANDO UMA CARACTERISTICA TRISTE DO NOSSO PAIS.

    CLÓVIS ACÁRIO MACIEL

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  29. Ana Maria Obranovich24 de julho de 2010 às 02:57

    Ana Maria Obranovich Rosa
    Ludmila, novamente vc soube colocar as palavras certas para este caso. Elisa nunca mais irá voltar. Mas eu imagino que será dessa criança! Sua mãe (Eliza) foi abandonada pela mãe quando pequena, o avo é pedófilo, por parte do suposto pai, Bruno, foi abandonado pelo pai e foi criado pelos avos. A mãe do Bruno chegou a dar 5 tiros em alguém, por alguma estupidez, o irmão, estuprou a propria namorada. Ou seja duas familias desestruturadas que o destino juntou. Elisa não merecia morrer como nenhum outro ser humano merece. Mas além da morte, a crueldade utilizada... Meu Deus, em primeiro lugar os avos maternos estão brigando pela guarda da criança, por que quando sair o DNA, se Bruno for realmente o pai, eles receberam algum dinheiro. Não sinto que estejam brigando por um neto, como eu lutaria, como muitas de nós lutariamos, lamentavelmente quem abandona uma filha pequena, não vai passar a amar um neto que nem conhecia. É só uma questão de interesse. Neste caso o melhor que poderia acontecer com essa criança é que um Juiz desse em adopção para alguém que ainda que não tiver muito status, desse a ele o mais importante: AMOR!
    Agora, penso que nada mudou, antes o homem podia matar para salvar e manter sua honra, hoje continuam matandonos por que somos p...., maria chuteiras...., alpinistas..., dão para nós diferentes nomes, mas há uma coisa que todos eles esqueçem que todos nasceram graças a UMA MULHER!!! E isso que importa. Eu também tive dois filhos homens, e desde pequenos ensinei o respeito para com o ser humano em geral. Além deles dois, terminei de criar um casal de filhos do coração, e tenho também um casal de enteados. Sei que nunca um deles, faria nada contra uma mulher. E as duas meninas (já casadas) nunca foram chamadas por nomes vulgares. Mas como alguém falou em um dos comentários, puta é a do vizinho.... Temos que começar a exigir que sejamos tratadas com mais respeito, ter os mesmos salários que os homens, até por que cumprimos duas ou tres jornadas de trabalho, por que tem muito marido, que chega em casa, coloca um chinelo, e senta no sofá assistir o jornal, enquanto muitas de nós, cuidamos da casa, dos filhos, do dinheiro, da roupa, e amanhã levantaremos para ir trabalhar! Todos nossos meninos sabem que a casa não é só da mulher, então todos ajudam, e quando vão descansar, descansam juntos. Aprenderam a respeitar suas esposas e namoradas. Mas isso vem do berço. Aquilo que vc semear, vai colher. A vida hoje não vale nada para muitas pessoas. Eu sempre pensei que é por que não tem uma crença. Por que seja a crença que for, nenhuma ensina a matar.... Continue sempre escrevendo com essa sabedoria que seus seguidores admiramos! Um grande abraço para vc e seu marido!

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  30. Sem palavras, morrendo um pouco também...

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  31. Cara Ludmila
    Parabéns pelas palavras, alguém tinha que dizer isso urgente e publicamente.
    Recebi seu texto porque discutia por internet com uma amiga sobre todos os movimentos contra a violência, que ainda hoje encontramos, contra as mulheres mulçumanas. Claro que assinei e assino todas as petições contra estes crimes legalizados, mas me pergunto e nossas mulheres? Quando haverá petições para defendê-las?
    Quando deixará de ser normal ou causual a violencia contra a mulher brasileira?
    Quando as Elisas, as Claúdias, as Mércias, as Marias terão uma petição a favor da vida por serem mulheres e brasileiras, vítimas de violencia machista?
    Entre 1997 e 2007, 10 mulheres foram mortas por dia no Brasil. Durante esses dez anos, 41.532 morreram vítimas de homicídio – ou 4,2 assassinatos a cada 100 mil habitantes.
    Os números partem do Mapa da Violência 2010, realizado pelo Instituto Zangari com informações do DATASUS, mostram que o índice de assassinatos de mulheres no país é maior que o padrão internacional, que não ultrapassa 0,5 por 100 mil habitantes.
    O Brasil só fica atrás de nações que lideram a lista, como África do Sul (25 mortes por 100 mil habitantes) e Colômbia (7,8 mortes por 100 mil).
    A cidade de Alto Alegre em Roraima, registrou 22 mortes para cada 100 mil habitantes em dez anos, encostando-se à África do Sul país onde muitas mulheres morreram por uma guerra racista e não só por violência contra a mulher...
    Ludmila a única coisa que não pode acontecer nesta hora é morrermos uma pouco, temos que lutar contra isso, ir à justiça, assinar petições, educar nossos filhos menos machistas, reeducar os dos outros não admitindo machismo de espécie alguma.
    Obrigada por seu texto, é um grande passo para uma boa luta que tem que começar URGENTE!!!
    Ana Eliza

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  32. OI amiga! os comentários são sensacionais, seu texto provocou muitos argumentos. Eu concordo que ser mulher, mãe, trabalhadora ou que seja garota de programa, maria chuteira,seja lá o que for, ninguém tem o direito de matar, todos os dias os jornais estão cheios destes crimes e a lei Ma. da Penha não está dando conta de castigar estes criminosos porque no Brasil a lei maior é muito vulnerável e tem muitos advogados que encontram meios de livra-los da cadeia e no final fica por isto mesmo, nosso código penal é cheio de possibilidades para livrar a bandidagem seja ela de colarinho branco ou preto, o que vale é que tenha muita grana prá pagar e assim vamos seguindo esperando que o Gigante acorde.Nubs

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  33. Ludmila, esse seu texto tem circulado na internet, eu o recebi sem a fonte de onde veio, busquei e descubri esse lugar encantador que é o seu blog. Parabéns!

    O texto conseguiu expressar de forma sensível o sentimento e indignação que eu e grande parte desse país sentiu e ainda sente com situações como essa de Eliza. Bom, não resiti e coloquei o texto no meu blog, com o link, claro! ESpero que não se importe. Abraços e já sou mais uma de suas seguidoras.

    Abraços combativos

    Leticia Érica

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  34. vc falou tudo... a cada crime morremos ao pouco...

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Sempre leio todos os comentários e gosto muito de recebê-los!