Ainda levarei algum tempo até conseguir falar sobre o que vivi em Salvador durante as últimas 3 semanas. Como voces sabem moro em Houston no Texas desde dezembro de 2009 e essa foi a primeira vez que vim ao Brasil depois dessa mudança. A primeira conclusão é que não ficarei mais tanto tempo assim sem vir aqui, sem estar no Espaço Mahatma Gandhi.
A intenção dessa viagem era trabalhar. Queria dar aulas de yoga e atender no consultório. Queria ver meus clientes e os alunos. Queria trabalhar. Fiz isso e falarei sobre isso em algum momento, mas agora quero contar uma experiência incrível que vivi aqui na minha relação com o trânsito de Salvador. Essa experiência pode ser simplesmente entendida como uma metáfora que explica a diferença da minha vida aqui e da minha vida lá nos EUA.
Logo que cheguei, quis dirigir, peguei o carro de minha mãe e saí do aeroporto dirigindo...além de estranhar as diferenças entre os carros..o meu lá é muito grande e sem marcha, sem embreagem...levei um tempo pra me adaptar...a loucura do trânsito me deixou completamente assustada. Cheguei a sentir medo..o trânsito era agressivo, as pessoas não respeitavam as regras básicas, os motoristas dirigiam como se estivessem numa guerra.
Passei algum tempo falando mal, reclamando de tudo...mas principalmente da falta de respeito às regras básicas e às leis. Vi policiais quebrando regras...bom,...nada que eu já não tivesse visto antes, mas agora o choque era grande demais. Nada piorou no trânsito de Salvador nesses 5 mêses que moro fora, eu é que me acostumei a parar diante de uma placa de "Stop", a respeitar filas, a dar a vez para quem chegou antes de mim...coisas que tenho visto do educadíssimo trânsito de Houston.
Sei que não posso comparar uma coisa boa de um país com uma coisa ruim do outro. Não é justo. Não dá pra comparar um país com outro, muito menos uma cultura com outra. Cada lugar tem suas coisas boas e ruins. Entretanto no quesito trânsito estive durante essas 3 semanas muito assustada e com muita saudade de Houston. Até que algo aconteceu...
Parei no posto pra colocar água e gasolina no carro e o capô do carro não foi bem fechado, não percebi e descobri da melhor forma possível e que me ajudou a entender e amar ainda mais estar em Salvador.
Depois que sai do posto, a cada 100 m que dirigia, alguém tocava a buzina e me apontava, tentando me dizer algo...confesso que os primeiros a buzinar e apontar pra mim, me assustaram, me senti ameaçada, mas depois entendi que eles tentavam me avisar algo...e foi assim que descobri que o capô do carro estava aberto. As pessoas continuavam a me avisar, eu agradecia e pensava: isso jamais aconteceria nos EUA. As pessoas lá jamais veriam e se vissem jamais me avisariam. Penso eu.
O baiano..o brasileiro...tem a mania de se meter na vida dos outros...isso pode ser um defeito, mas o excesso de respeito a privacidade e o individualismo gritante dos americanos, chega a parecer descaso para quem foi acostumada a ser vista e invadida como nós somos aqui no Brasil.
Não sei ao certo o porquê, mas esse dia me deixou tocada...e sentindo que, nós brasileiros temos algo de especial. Temos mais acesso um ao outro, somos mais chegados e íntimos...existe um calor humano aqui, que acho que nunca vi em lugar nenhum que tenha estado...e de verdade, esse calor alimenta a nossa alma com algo muito sagrado e especial.
Estou voltando pra Houston e com muita vontade de voltar, sinto saudades da minha vida lá...da minha família e das minhas amigas...e com isso reforço uma sensação que já me acompanha...no fundo, no fundo, All we need is love!!! O resto a gente tira de letra!
Ludmila
Lindo isso!!! Te amamos muito e já estamos com saudades! E sim! Vamos continuar nos "metendo" em sua vida por queremos você feliz! Vá, sabendo que nos terá quando voltar! Boa viagem! Beijos!
ResponderExcluirQuando comecei a ler seu post, pensei, ah meu Deus, alguns meses em Huston e Mila já está nos vendo diferente.Sim, óbvio,que veja as coisas diferentes, vemos de um outro lugar, uma nova perespecitva.Mas ao final, quando voce finalmente sentiu esse nosso calor, fiquei tão aliviada.Meu namorado é holandês, com essa enorme vivencia de respeito as regras, organização e respeito à privacidade, mas ele adora o Brasil, adora esse nosso acolhimento.
ResponderExcluirIsso me deixa muito feliz, isso salva!Beijos no coração.
Lud queridíssima>
ResponderExcluirEstou voltando de férias, foram 33 dias fora de casa,bem longe, fui com meus pais e um casal de tios para a Europa, e senti essa diferença que vc citou...realmente nos países ¨desenvolvidos¨o que prima nos relacionamentos entre as pessoas sem vínculo afetivo é a indiferença, esse respeito excessivo onde o simples sorriso pode ser mal recebido ,por incrível que pareça...
Dizem que Deus é brasileiro...rs...e sabe que acho que deve ser mesmo...afinal de contas, brasileiro gosta MESMO é de saber da vida alheia no bom sentido , de ajudar o outro sem pestanejar, pode ter apenas comida praquele dia, mas se aparecer uma boquinha a mais, temos certeza que será alimentada na medida do possível...
Que nosso ¨jeitinho brasileiro¨possa através de cada um de nós se espalhar mundo afora...afinal, sabiamente colocado por vc.... ¨all we need is love¨,sempre....
Beijo!!
Lud
ResponderExcluirJá estou c/saudades.Foi muito bom lhe ver,abraçar,fazer yoga,respirar,meditar...Vc e o Espacço Mahatma são uma energia só;p/mim estar lá é sempre uma renovação.Bj no coração.CrisKelsch.
Ludmila!!
ResponderExcluirSenti exatamente a mesma coisa que vc!! Fomos para o Brasil na mesma semana pelo que vi no facebook...mas fiquei mais em SP em treinamento...Olha, tive essa impressão tb, Fiquei assustada,impressionada....
São culturas muito opostas....temos que saber dosar um pouco de cada!!
Abraço,
Rose!
Lindo e verdadeiro esse post.
ResponderExcluirAdorei.
Twittarei sobre ele... rs
Volta logo.
beijos
Lindo e Verdadeiro.
ResponderExcluirVolta logo.
Twittarei sobre o post.
Beijos
Ps. Vou começar a Yoga...e vou levar minha mãe !!! EEEEEEh
bjs
Lud, ando surprêsa... como mudei nestes últimos tempos! hoje parece tão natural tomar decisões que a pouco (+ ou - 3 anos) eu me sentia travada, não conseguia e ficava com sentimento de angustia, pode se orgulhar minha terapeuta eu já não sou a mesma, fico surprêsa comigo mesma, pena que vc está longe e só em setembro vai saber detalhes, obrigada por tudo. Volte sempre um beijo de Nubs
ResponderExcluirGente!!! Jorge Pontual jornalista da Globo, correspondente em NY, acabou de ler meu último post do blog e comentou no Twitter!!! Muito chic né???
ResponderExcluirleiam o coments que ele fez no twitter!!!
JorgePontual @Ludmilarohr adorei a história sobre o trânsito em Salvador. Sofro da mesma insegurança no trânsito do Rio mas nunca essa sua experiência.